Comunicações Orais

27/07/2018 - 13:10 - 14:40
MISc - Miscelânea

21880 - DESAFIOS PARA O ENSINO DA SAÚDE COLETIVA NO CURSO MÉDICO
IVANI BURSZTYN - UFRJ

Apresentação/Introdução
O Programa Mais Médicos 2013, além da interiorização do médico, propôs expandir a formação e reorientar o currículo, editando as Diretrizes Curriculares Nacionais 2014. Estas enfatizam a saúde coletiva sem, porém, indicar competências e conteúdos a serem trabalhados. Este estudo visa contribuir para a compreensão do lugar da saúde coletiva na formação médica integral, abrangente e compromissada.


Objetivos
identificar os desafios da saúde coletiva no ensino médico, de forma a contribuir para o desenho e desenvolvimento deste componente do currículo.


Metodologia
A metodologia compreendeu a análise crítica de documentos-chave da educação médica. Um amplo movimento de âmbito internacional tem proposto a formação de médicos que promovam a saúde de todas as pessoas (Declaração de Edimburg 1988), com reflexos evidentes na instituição das DCN 2001, reformulada em 2014, e na regulamentação, em 2009, do processo de revalidação de diplomas de médico expedidos por universidades estrangeiras – REVALIDA. A estes dois documentos agregamos, como exemplos, as grades curriculares de alguns dos mais antigos cursos de medicina que se encontram acessíveis na web, uma vez que estes, pela sua importância histórica, influenciam os mais novos, como uma espécie de matriz.


Resultados
Nas DCN 2014, a expressão ‘saúde coletiva’ aparece 7 vezes, ‘atenção básica’ apenas 6, ‘urgência’ 5, ‘clínica’ 6. Porém, no capítulo “das áreas de competências” observa-se dificuldade em expressar competências em atenção à saúde coletiva, comparado à atenção à saúde individual. Já o REVALIDA define competências nas cinco grandes áreas do exercício profissional — Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia-Obstetrícia ,Pediatria, Medicina de Família e Comunidade/Saúde Pública. A expressão ‘saúde coletiva’, tão destacada nas DCN 2014, está ausente no REVALIDA, substituída por ‘saúde pública’. ‘Medicina de Família e Comunidade’, ausente nas DCN 2014, aqui aparece como uma das cinco grandes áreas.


Conclusões/Considerações
Os currículos analisados optam por nomear suas disciplinas pelo conteúdo específico (epidemiologia, planejamento, etc), e não como saúde coletiva. Já os documentos analisados revelam imprecisão no entendimento da saúde coletiva, confundida e sobreposta com medicina de família e comunidade. Reverter esta visão reducionista constitui um desafio.

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