27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO7b - Práticas, cuidado, concepções |
22210 - ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA: MODELO BIOMÉDICO OU BIOPSICOSSOCIAL? CAMILA DUBOW - UNISC E SES/RS, MARIA CAROLINA MAGEDANZ - UNISC, MORGANA PAPPEN - UNISC, PATRICIA MARCANTE SOARES - SES/RS, MARTA REGINA MUELLER - SES/RS, SUZANE BEATRIZ FRANTZ KRUG - UNISC
Apresentação/Introdução O Sistema Único de Saúde ressalta o conceito de integralidade e equidade, porém percebem-se fragilidades na organização e operacionalização destes princípios na atenção à saúde de Pessoas com Deficiência (PCD). A criação da Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência ampliou a visibilidade desta questão, buscando fomentar mudanças significativas no modelo de atenção voltado à saúde das PCD.
Objetivos Reconhecer o(s) modelo(s) predominantes de atenção à saúde da Pessoa com Deficiência em uma Região de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul.
Metodologia Pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, realizada em uma Região de Saúde do Rio Grande do Sul. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com representantes das seguintes categorias: Secretário(a) Municipal de Saúde; Coordenador de Atenção Básica, Serviços de Reabilitação e Hospitalares; Trabalhadores de Saúde e Pessoas com Deficiência. Os sujeitos foram questionados sobre as ações em saúde direcionadas às PCD realizadas em seus respectivos serviços ou municípios. Os dados foram analisados através da técnica de Produção de Sentidos proposta por Spink e Lima. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul, protocolo 1.300.666/15.
Resultados Observou-se grande enfoque nos aspectos orgânicos das PCD, consolidando um modelo tradicional de deficiência, conhecido como biomédico. São supervalorizados os aspectos orgânicos, em detrimento dos aspectos subjetivos, necessidades singulares e da autonomia destes indivíduos, características de um modelo biopsicossocial. Destacou-se, entre as Pessoas com Deficiência, a insatisfação com o modelo de atenção voltado ao seu cuidado. A presença de estigmas e as relações marcadas pelo poder biomédico foram fatores apontados que interferem negativamente para um cuidado efetivo à saúde das PCD, além de deixar os trabalhadores inseguros ao lidar com as especificidades deste grupo populacional.
Conclusões/Considerações As questões de saúde das PCD são complexas, necessitando diferentes tipos de abordagens. Porém, muitos obstáculos se colocam para a consolidação de um modelo de atenção biopsicossocial destinado à saúde das Pessoas com Deficiência, como a excessiva ênfase dada aos aspectos biológicos, negligenciando o subjetivo; a visão fragmentada do sujeito; a hierarquização de saberes e práticas; além de obstáculos culturais, sociais e institucionais.
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