29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC29j - Saúde mental e atenção básica - NASF, matriciamento, cuidado e território |
24502 - “LOUCO É QUEM ME DIZ E NÃO É FELIZ”: UMA ESTRATÉGIA DE CUIDADO PARA A SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA OSMAR ARRUDA DA PONTE NETO - UFC, ÁDYLA BARBOSA LUCAS - UVA, JOÃO SILVEIRA MUNIZ NETO - UNINTA, NEIRES ALVES DE FREITAS - UERJ, RAYANE ALVES LACERDA - UVA, IANNA OLIVEIRA SOUSA - UECE, ANA SUELEN PEDROZA CAVALCANTE - UFC, MARISTELA INÊS OSAWA VASCONCELOS - UVA, VIVIANE OLIVEIRA MENDES CAVALCANTE - UVA
Apresentação/Introdução A implementação de estratégias de Atenção à Saúde da população com transtornos mentais na Atenção Básica é um desafio. Em 2014, no município de Sobral-CE, a territorialização evidenciou a assistência aos usuários de Saúde Mental como uma das principais fragilidades da Estratégia Saúde da Família (ESF). Este estudo apresenta uma possibilidade de cuidado aos usuários com transtornos mentais na ESF.
Objetivos Descrever a implantação de um grupo terapêutico para usuários com transtornos mentais na Atenção Básica.
Metodologia Trata-se de uma Pesquisa Intervenção, com abordagem qualitativa. O cenário da intervenção foi um Centro de Saúde da Família, no bairro Padre Palhano, localizado na periferia do município de Sobral-CE. Envolveu um grupo de 15 pessoas com transtornos mentais/sofrimento psíquico, na faixa etária de 18 a 60 anos, fazendo uso de medicação controlada. Utilizamos o Círculo de Cultura de Paulo Freire (1981) como referencial teórico-metodológico. Esse método é constituído de três etapas: 1) levantamento do universo vocabular; 2) busca das palavras geradoras; 3) organização das situações temáticas. Como técnica para análise dos dados coletados foi utilizada a análise do discurso, que para Minayo (2013).
Resultados Para a primeira etapa foram realizadas intervisitas domiciliares e interconsultas com os participantes, assim como pesquisa documental nos prontuários. Na segunda etapa apresentamos figuras/palavras geradoras aos participantes, para escolha individual e reflexão sobre elas. A terceira etapa foi organizada com base nas temáticas discutidas na etapa anterior, gerando as seguintes oficinas: Direitos do Usuário; Jogos de Tabuleiro; Bingo dos Sentimentos; Fanzine; Cinema; Tabuleiro Gigante; Sensações; Trufas; Música e Lazer. Na oficina de Avaliação todos referiram satisfação com a implantação do Grupo. Destaca-se a afetação dos profissionais do serviço e ressignificação do olhar aos usuários.
Conclusões/Considerações Com a implantação do grupo terapêutico percebeu-se a melhora no quadro clínico de todos os participantes. Destacamos a pouca disponibilidade e corresponsabilização dos profissionais do serviço com as demandas de Saúde Mental. Ressaltamos a construção e fortalecimento de vínculos dos usuários com o serviço. O grupo configurou-se como uma estratégia de cuidado, não medicamentosa, com grande potencial terapêutico e transformador.
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