27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC29e - Estudos epidemiológicos |
26050 - TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO SYLVIA CHRISTINA DE ANDRADE GRIMM - SMS-SP, MARGARIDA MARIA TENÓRIO DE AZEVEDO LIRA - SMS-SP.
Apresentação/Introdução Os Transtornos Mentais Comuns (TMC) são problemas de saúde mental com alta frequência na população. Apesar de serem considerados morbidade psiquiátrica menor, trazem alto grau de sofrimento e prejuízos funcionais para as pessoas afetadas. Somente pequena parcela destes agravos são identificados e tratados. Os TMC compreendem sintomas como insônia, fadiga, tristeza, nervosismo, dentre outros
Objetivos Conhecer a prevalência dos TMC e seus aspectos relacionados a partir de dados do inquérito domiciliar realizado no município de São Paulo (MSP), para oferecer ações mais focadas em grupos com maior risco para este tipo de transtorno.
Metodologia O ISA-Capital é um estudo de corte transversal, realizado no MSP nos anos de 2003, 2008 e 2015, com coleta de dados por meio de entrevistas domiciliares. A população pesquisada foi definida por meio de amostra probabilística, representativa para faixa etária, sexo e regiões de saúde. Foi aplicado o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), instrumento de rastreamento para TMC, para pessoas com 15 anos e mais. O SRQ-20 é composto por 20 perguntas: 4 sobre sintomas físicos e 16, emocionais. Foi considerado como escore positivo, oito ou mais respostas sim. Com este ponto de corte o SRQ-20 apresenta 86,3% de sensibilidade para presença de TMC e 89,3% de especificidade.
Resultados A prevalência de TMC em 2015, no MSP, em pessoas com 15 anos e mais, foi 15,9%. Valor próximo ao ano de 2008, 16,5% (IC95% 14,8-18,3) e inferior a 2003, 21,1% (IC95% 18,1-24,3). A prevalência de TMC foi maior entre as mulheres (21,8%) do que entre os homens (9,2%). Quando se analisa por sexo, observa-se maior prevalência nas mulheres com 40 a 49 anos (24,2%) em relação às demais, e nos homens com 20 a 29 anos (12,5%). Foi observada maior prevalência de TMC em pessoas que se denominaram evangélicas/protestantes em relação às católicas; entre pessoas com menos escolaridade; com doenças crônicas e pessoas com deficiências. Na Região Leste a prevalência de TMC foi superior à Centro-Oeste.
Conclusões/Considerações O conhecimento da magnitude dos TMC na população possibilita aos serviços de saúde oferecer ações orientadas para grupos de maior risco. A maioria destes problemas pode ser detectada e tratada na atenção básica, a partir de uma abordagem de clínica ampliada e com o apoio das equipes de saúde mental. Os achados do ISA-Capital contribuem para o redimensionamento das propostas de intervenção em saúde mental no MSP.
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