27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC29e - Estudos epidemiológicos |
23591 - PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DO ATENDIMENTO PARA DEPRESSÃO EM IDOSOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DO BRASIL – PNS 2013 MARIA DEL PILAR FLORES QUISPE - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL), FERNANDO RIBAS FEIJÓ - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL), TIAGO N. MUNHOZ - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS (UFPEL)
Apresentação/Introdução A depressão é um dos transtornos mentais mais frequentes em adultos, incluindo os idosos. Geralmente os sinais e sintomas da depressão são interpretados como parte do processo de envelhecimento, o que pode comprometer a qualidade de vida e gerar mais morbidade. Estima-se que muitos idosos não recebem cuidados à saúde mental e que, em grande parte, a assistência à saúde mental é ineficaz.
Objetivos Descrever a prevalência de depressão em idosos e as características do atendimento a eles prestado em todo o Brasil e por macrorregiões, usando dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013.
Metodologia Foram utilizados dados da PNS, coletados entre agosto e dezembro de 2013, por meio de entrevistas a maiores de 18 anos. A amostragem por conglomerados compreendeu três estágios: setores censitários, domicílios e adultos residentes. A análise atual incluiu 11,177 indivíduos com 60 ou mais anos de idade. Foi considerado desfecho positivo a resposta afirmativa à pergunta ”você já recebeu diagnóstico de depressão por algum médico ou profissional de saúde mental?”. Também foram avaliados local de assistência e de obtenção medicamentos. As variáveis de exposição foram sexo, idade, raça/cor e escolaridade. Utilizou-se estatística descritiva, estratificando os resultados por macrorregião.
Resultados Aproximadamente um em cada dez idosos relataram diagnóstico de depressão (9,5%), sendo maior a prevalência na Região Sul (14,4%) e no sexo feminino. Nas regiões Sudeste e Centro-oeste a prevalência foi maior em indivíduos com 60 a 69 anos; na Região Norte e Nordeste foi maior em indivíduos com cor da pele branca e maior escolaridade. Menos da metade recebeu medicamentos via SUS. Nas Regiões Sul, Sudeste e Nordeste, o acesso aos medicamentos foi maior entre indivíduos com menor escolaridade. Metade dos idosos com depressão recebeu assistência pelo SUS, o que foi mais frequente nos com idade de 60-69 anos, da região Nordeste, com menor escolaridade e com cor de pele preta, amarela ou parda.
Conclusões/Considerações A depressão em idosos é um importante problema de saúde pública no Brasil. Além de ser possível considerar que é uma doença subdiagnosticada nessa faixa etária, evidencia-se que a cobertura de assistência e tratamento pelo SUS ainda é baixa. Deve-se atentar para as diferenças regionais e demográficas a fim de guiar as políticas de atenção à saúde mental entre idosos no Brasil, de modo a melhorar o prognóstico da depressão nesse grupo etário.
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