27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC29d - Cuidado em saúde mental: redes, linhas e dispositivos de cuidado |
23800 - ANÁLISE DE FLUXO E ARTICULAÇÃO DE CUIDADO DE UM CAPSI III DE CURITIBA ISABELA NAVES CONCIANI - UFPR, DEIVISSON VIANNA DANTAS DOS SANTOS - UFPR, DANIELE BASEGIO - UFPR, SABRINA STEFANELLO - UFPR, RAFAEL GOMES DITTERICH - UFPR
Apresentação/Introdução Os CAPSi são poucos no Brasil e não atendem à demanda nacional. No entanto, o município de Curitiba conta com uma ótima cobertura, possuindo 2 CAPS infantojuvenis do tipo I e um do tipo III. Por ser um elemento relativamente novo na rede de saúde pública, existem poucos estudos que avaliam a eficiência do CAPSi e seu papel dentro da rede.
Objetivos Analisar o fluxo do CAPSi III Boa Vista e sua articulação com a rede de saúde pública de Curitiba. Além disso, buscamos avaliar se o CAPSi III BV cumpre seu papel estabelecido dentro do SUS e consegue completar eficientemente todas suas funções.
Metodologia Este estudo é classificado como descritivo de análise de base de dados, coletados de prontuários privados de usuários acolhidos no CAPSi BV. A captação dos dados ocorreu retroativamente, incluindo no estudo todos os prontuários com primeiro atendimento durante o período de fevereiro a julho de 2016. Analisamos 146 prontuários, dando ênfase a alguns aspectos: quantidade de pessoas atendidas; taxa de inclusão de novos usuários; demandas; taxa de permanência no serviço; reacolhimento ou primeiro registro do usuário no serviço; uso de leito; existência de encaminhamento formal proveniente da atenção primária; existência de transferência formal do cuidado.
Resultados Após a análise dos dados concluímos que dos 146 novos usuários, 72% foram incluídos e 22% já haviam passado pelo serviço. As demandas mais comuns foram agressividade, uso de substâncias psicoativas e transtornos depressivos. Após 6 meses taxa de permanência no serviço era de 13%. 33% dos usuários abandonaram o serviço e 12,2% foram transferidos para outro serviço de atendimento. Em 29,2% dos casos há registro de melhora e alta do usuário. Apenas 11 usuários do estudo utilizaram leito. Em 60% dos atendimentos houve algum tipo de encaminhamento formal, a maioria realizada pela atenção primária (51,3%). Em 46% dos casos não foi realizada essa transferência formal do cuidado.
Conclusões/Considerações Levando em consideração as particularidades da população estudada e comparando com estudos internacionais, concluímos que o CAPSi BV possui boas taxas de manutenção e melhora dos usuários. Apesar de apresentar bons resultados gerais como um serviço de saúde mental, o CAPSi BV apresenta alguns problemas de articulação dentro da rede de saúde como a alta taxa de inclusão no serviço e baixa taxa de transferência de cuidado.
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