27/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC29d - Cuidado em saúde mental: redes, linhas e dispositivos de cuidado |
22260 - VIVÊNCIA DE UM GRUPO OPERATIVO GERADOR DE RENDAS:INCLUSÃO DE PESSOAS EM SOFRIMENTO MENTAL GRAVE NO CAMPO DO TRABALHO.
WASHINGTON LUIZ BARBOSA DE BARROS - CAPS - CARLOS AUGUSTO DA SILVA MAGAL - FIOTEC
Período de Realização
Atividade ocorrida entre os anos de 2009 a 2017 em um serviço Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
Objeto da Experiência
Relatar a experiência de pessoas em sofrimento mental, que pelo viés do trabalho, realizam inclusão nos espaços sócio-afetivos.
Objetivos
Repensar as estratégias usadas no cotidiano dos Centros de Atenção Psicossocial e sua possível (re) construção direcionada às pessoas em sofrimento mental grave, a partir de processos de (re) inserção social pelo viés do trabalho.
Metodologia
Além da observação participante foram feitas análises de conteúdo de documentos que contém os registros das atividades do grupo operativo. Tendo como referencial teórico a Teoria do Vínculo e dos Papéis, conduzimos este trabalho ligado ao pensamento dialético e fenomenológico existencial.
Resultados
Cinco pessoas retornaram suas relações de trabalho no mercado formal. A diminuição de crises psiquiátricas, devido a maior adesão participativa do sujeito em seu cuidado e diminuição das (re) internações dos participantes. O reconhecimento e gerenciamento do próprio sofrimento psíquico pelos integrantes do grupo é notável, e frases como: “sei que tenho a doença, mas não sou a doença” fazem parte do discurso comum destes cidadãos. Maior autonomia ao estabelecer e cumprir contratos.
Análise Crítica
Do ponto vista sócio histórico da psiquiatria, os loucos são considerados pessoas incapazes de adequar-se às normas estabelecidas em qualquer meio de socialização ou produção de serviço. Essa suposta incapacidade criou barreiras que dificultaram maior aproximação dessas pessoas ao mundo do trabalho. No campo da saúde mental o resgate da singularidade, da cidadania e da possibilidade de (re) inserção social das pessoas em sofrimento mental, tornou-se o principal desafio.
Conclusões e/ou Recomendações
Portanto, o sofrimento mental interfere na capacidade produtiva das pessoas, no entanto, não as tornam definitivamente incapazes de gerir os desgastes para enfrentar as atividades de trabalho. A reforma psiquiátrica considera o trabalho uma importante ferramenta de (re) integração social. O que fomenta nosso interesse em entender quais são as estratégias que as pessoas em sofrimento mental desenvolvem para suportas as situações de trabalho.
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