Comunicações Orais Curtas

27/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC29b - Medicalização

24047 - PRESCRIÇÃO DE PSICOTRÓPICOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
VICTOR RAMALHO GOMES - UFPR, DEIVISSON VIANNA DANTAS DOS SANTOS - UFPR, SABRINA STEFANELLO - UFPR


Apresentação/Introdução
Um aumento significativo da população idosa que tem sido observado e demanda uma adaptação dos serviços de saúde para atender às novas características. Prescrever medicamentos de uma forma mais conservadora e eficiente é essencial. Conhecer o regime medicamentoso de pessoas hospitalizados pode contribuir para que os profissionais de saúde reflitam sobre seus hábitos de prescrição.


Objetivos
Observar todas as prescrições para psicofármacos feitas no Hospital de Clínicas do Paraná durante o período de Janeiro a Junho de 2016 a fim de servir como ferramenta de farmacovigilância e problematizadora da medicalização social.


Metodologia
Esse estudo utiliza dados secundários provenientes do banco de dados do HC-UFPR, disponibilizado pelo setor de informática. Como ferramenta de comparação da prescrição de medicamentos usamos o sistema ATC/DDD criado pela OMS. Para análise dos dados foi usado o teste de qui quadrado de Pearson (P<0.01).


Resultados
As prescrições de 6100 pacientes foram incluídas na pesquisa. . Dentre o total de pacientes, 1759 (28,8%) receberam alguma prescrição para psicofármacos. A faixa etária que mais recebeu psicotrópicos foi entre 40 e 49 (40%). A média para os pacientes acima de 60 anos foi de 34,9%. Houve uma diferença significativa entre os sexos, 31,3% das mulheres receberam psicofármacos contra apenas 24,7% dos homens (P<0,001). As classes de medicamentos mais prescritas no HC-UFPR foram os benzodiazepínicos (14%) e antipsicóticos (12,4%). No entanto, a dose média prescrita por dia dos fármacos mais utilizados representam subdoses se comparado a média de uso mundial para seu principal uso (através da ferramenta ATC/DDD).


Conclusões/Considerações
O padrão de prescrição de psicotrópicos encontrado é parecido com pesquisas internacionais. Isso não significa no entanto que a situação esteja próxima do ideal, visto que a prescrição aumentada de psicofármacos é um fenômeno mundial. Os dados sugerem que esses medicamentos não estejam sendo utilizados para tratar reais transtornos mentais, mas pelos seus efeitos secundários sedativos e de controle de agitações psicomotoras.

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