27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC29b - Medicalização |
23121 - CRÍTICA A ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO EM SAÚDE MENTAL: APSUS PARANÁ E A PSIQUIATRIZAÇÃO DA EXISTÊNCIA MAÍSA MELARA - UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA, CARLOS GUILHERME MEISTER ARENHART - UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA, LARISSA DJANILDA PARRA DA LUZ - UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA, ANDREIA PEREIRA DOS SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA
Período de Realização Foz do Iguaçu aderiu ao processo de tutoria do APSUS em 2017 e o mesmo segue até os atuais dias.
Objeto da Experiência Problematização, junto a Diretoria de Atenção Básica, do instrumento de estratificação de risco em Saúde Mental fornecido pela SESA-PR.
Objetivos Analisar criticamente e aplicar o instrumento de estratificação de risco em Saúde Mental, proposto pela Secretaria de Saúde do Estado do Paraná para o processo de tutoria do Programa de Qualificação da Atenção Primária - APSUS, com alguns profissionais da Diretoria de Atenção Básica de Foz do Iguaçu
Metodologia A estratificação foi questionada junto a sete pessoas que trabalham na DIAB de duas formas. Num dia, aplicou-se o instrumento tendo em mãos o caderno da oficina oito do APSUS - que objetiva desenvolver competências técnicas e gerenciais da APS para que cada equipe possa realizar ações em Saúde Mental para a sua população adstrita - e os itens não compreendidos foram verificados no manual da estratificação. No outro dia, as mesmas pessoas se autoaplicaram o instrumento.
Resultados Das sete pessoas, somente uma obteve o mesmo resultado nas duas vezes. Três pessoas tiveram diferentes pontuações ao ponto de modificar o seu risco. Uma passou de médio para baixo risco e outras duas passaram de baixo para médio risco. As demais continuaram em escores que sinalavam o mesmo risco, porém com diferentes pontuações. Vale ressaltar que os gestores não são o público alvo da estratificação.
Análise Crítica A população alvo do instrumento são os usuários com transtorno mental e os usuários com dependência de álcool e outras drogas, com efeito, já estigmatizadas. A proposta da SESA-PR baseia-se numa epidemiologia empírica-analítica a partir da psiquiatria como lugar interpretativo. Para dividir a população em grupos de sinais e sintomas, tal ferramenta não atenta-se ao modo de vida do Estado que causam os processos históricos das doenças mentais e sim aos efeitos do estilo de vida da população.
Conclusões e/ou Recomendações Aplicar o instrumento junto aos gestores da DIAB serviu para que os mesmos sentissem a estratificação. Diferente das outras condições crônicas de saúde cabíveis a estratos, a subjetivação da saúde mental pode induzir significâncias diferentes a cada natureza de análise. Os estratos são compostos de meios codificados, assim, os riscos, nestes casos, são componentes abstratos psiquiatrizantes da vida legitimados pela SESA-PR.
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