28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO29r - Reabilitação psicossocial e recovery |
21548 - UMA ANÁLISE SOBRE VIVER E HABITAR EM SANTOS A PARTIR DA COMPREENSÃO DO SOFRIMENTO PSÍQUICO E OS MODOS DE MORAR LAIS FRANÇA SANTOS MARTINS - UNIFESP, MARIA INÊS BADARÓ MOREIRA - UNIFESP
Apresentação/Introdução Dentre os elementos da reabilitação psicossocial, destaca-se a importância da moradia para o cuidado integral do sujeito em sofrimento psíquico. A cidade de Santos tem papel histórico na transformação do cuidado destas pessoas e a questão do morar vem se tornando cada vez mais emblemática, indicando a necessidade de indagar e conhecer como este público vem constituindo formas de habitar a cidade.
Objetivos A pesquisa teve por objetivo geral conhecer e analisar as condições de moradia de usuários de CAPS de Santos.
Metodologia Adotou-se um desenho metodológico de caráter quantitativo ao se utilizar do “Questionário dirigido às condições de moradia dos usuários de CAPS” (Furtado et al, 2012), sendo que tal instrumento contempla cinco grandes blocos analisadores da complexa dimensão do morar. São eles: aspectos clínicos, socioeconômicos, características físicas da residência, inserção social, autonomia do sujeito e satisfação com a habitação.
Os dados registrados foram analisados a partir da perspectiva da desinstitucionalização que possibilita refletir sobre o morar no contexto da saúde mental. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UNIFESP e todos os participantes assinaram o TCLE.
Resultados Percebemos que os quartos alugados são a forma de moradia de mais de dois terços dos entrevistados, sendo que muitos moram juntos e dividem as despesas. Referem sentir dificuldade em se integrar no mercado de trabalho, onde benefícios do governo muitas vezes são fonte exclusiva de renda.
Destaca-se a centralidade do CAPS para estes sujeitos seja para tomar as medicações ou fazer todas as refeições frente à vulnerabilidade social vivenciada. Embora apontem problemas em suas moradias, revelam satisfação frente ao conforto de suas casas. A pesquisa teve desdobramentos, possibilitando elaboração de entrevistas semiestruturadas e escrita de narrativas sobre a relação dos sujeitos e suas casas.
Conclusões/Considerações A moradia é considerada ponto inicial dos outros cenários da reabilitação psicossocial que são o trabalho e a rede social. A casa pode dar contornos e ressignificações à vida do sujeito em sofrimento psíquico que não é possível de se experienciar no CAPS. As dificuldades inerentes ao território, as demandas sociais e de cuidado, aliadas à escassez de possibilidades de lazer dificultam a promoção à saúde e vivência da cidadania.
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