Comunicações Orais

28/07/2018 - 14:30 - 16:00
CO29q - Saúde mental de grupos específicos

24098 - EXCLUSÃO ABISSAL E DESCOLONIZAÇÃO: O ENCONTRO DE FANON COM A REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
RAQUEL SIQUEIRA DA SILVA - UFSB, JOÃO ARRISCADO NUNES - CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS CES.UC.PT


Apresentação/Introdução
O projeto ALICE, dirigido por Boaventura de Sousa Santos, e o Programa Epistemologias do Sul, têm tratado, no campo da saúde, as formas de exclusão abissal, de dupla negação da humanidade e dos direitos dos sujeitos, e as experiências de descolonização dos saberes e práticas da saúde. O diálogo entre a obra de Frantz Fanon e as experiências da Reforma Psiquiátrica no Brasil está nesta fase do trabalho.


Objetivos
Dialogar entre as Epistemologias do Sul, as contribuições da Reforma Psiquiátrica Brasileira e os trabalhos de Frantz Fanon, sobre o tema da descolonização da saúde e, em particular, da saúde mental.


Metodologia
Esta fase da pesquisa, a prosseguir como parte de Programa Epistemologias do Sul, apoiou-se na análise documental de narrativas do processo da Reforma Psiquiátrica Brasileira e de testemunhos publicados dos seus mentores e protagonistas, e da análise do conjunto da obra psiquiátrica de Frantz Fanon. Foi complementada com a leitura de um conjunto de contribuições recentes da etnopsiquiatria crítica inspirada por Fanon. Foram identificados temas convergentes, limites das abordagens consideradas, e formuladas proposições a partir de instrumentos das Epistemologias do Sul, como a tradução intercultural, a artesania de práticas e a ecologia de saberes.


Resultados
O reconhecimento da exclusão abissal, da negação da humanidade e da negação de direitos está presente desde o começo na RPB e em Fanon, mas com formulações distintas. A legitimação da experiência e da existência-sofrimento como fonte de conhecimento aproxima também a RPB de Fanon. Seria necessário avançar para além da ênfase em contextos urbanos, que tende a reduzir a visibilidade de populações tradicionais, indígenas, quilombolas, imigrantes, refugiados e outros grupos e populações abissalmente excluídos, e considerar de modo mais explícito a exclusão abissal centrada no racismo. Ampliar a atenção à diversidade de saberes e práticas de cuidado e de terapia e dos seus encontros e diálogos.


Conclusões/Considerações
Descolonizar significa reconhecer as formas de exclusão abissal que negam a humanidade e os direitos, e criar e apoiar práticas em saúde que afirmam e promovem os Direitos Humanos, a dignidade e a cidadania. No trabalho em curso, são exploradas experiências de práticas transformadoras em curso no Brasil, orientadas para uma concepção pós-abissal da existência-sofrimento e do cuidado, da dignidade humana, dos Direitos Humanos e da cidadania.

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