28/07/2018 - 14:30 - 16:00
CO29o - Medicalização (sessão 2) |
27283 - A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS DE FALA E AÇÃO COM USUÁRIOS, TRABALHADORES E GESTORES SOBRE O USO DE PSICOFÁRMACOS NA ATENÇÃO BÁSICA: PESQUISA, FORMAÇÃO E CO-GESTÃO.
EDUARDO CARON - FSP USP, ELISABETE ALVES PINTO - UBS JD GUARANI VILA BRASILANDIA SP, EDVALDO NEVES VIEIRA JUNIOR - UBS JD GUARANI VILA BRASILANDIA SP, FABIO ALENCAR DOS SANTOS - UBS JD SILMARYA VILA BRASILANDIA SP, ROSANA APARECIDA ALVES - UBS JD GUARANI VILA BRASILANDIA SP, CINTIA DA SILVA SANTOS - UBS JD GUARANI VILA BRASILANDIA, ELAINE ALVES DE MORAES SOUZA - UBS JD GUARANI VILA BRASILANDIA SP, ROSEMEIRE CALDEIRA SOUZA - UBS JD GUARANI VILA BRASILANDIA SP, PATRICIA SILVA DE SOUZA - UBS JD GUARANI VILA BRASILANDIA SP, ANA LUCIA GONÇALVES MARTINS - UBS JD GUARANI VILA BRASILANDIA SP
Período de Realização
Pesquisa e ação em curso iniciada em maio de 2017
Objeto da Experiência
Formação, pesquisa-ação e construção de dispositivos com usuários e profissionais de duas UBS em São Paulo para ampliação de autonomia em saúde mental
Objetivos
a) Formação profissional PET-Saúde e implementação de dispositivos GAM – Gestão Autônoma de Medicação.
b) Constituição de grupos de usuários de psicofármacos: espaço de fala sobre demandas de atenção e assistência em saúde mental, experiência com o uso da medicação e qualidade de vida.
Metodologia
A construção dos dispositivos GAM na UBS constitui o processo de formação das equipes, médicos e gestores em rodas dialógicas de produção coletiva de saberes. Realização de grupos de gestão compartilhada entre usuários e profissionais - ruptura com as práticas verticais de orientação dominantes na área da saúde. Rodas de discussão sobre experiências da vida diária, com uso de psicofármacos, com os serviços de saúde, redes de apoio e projetos de vida. Uso dos Guias GAM do usuário e do moderador.
Resultados
O dispositivo GAM impulsiona a formação e a atenção psicossocial na Atenção Básica. A experiência de escuta dos usuários modifica as condutas. O processo co-gestivo entre gestor, usuários e trabalhadores favorece:
a) Abertura das agendas e envolvimento de médicos.
b) Apoio aos trabalhadores no processamento das dificuldades.
c) Contração de grupalidade com usuários.
Usuários participantes apresentam melhora de qualidade de vida: maior autonomia, auto expressão e cuidado de si.
Análise Crítica
A ausência de acompanhamento terapêutico, de espaços de fala e ação psicossocial tornam a Atenção Básica não efetiva para o sofrimento mental. A falta de agenda psiquiátrica gera a rotina muito difundida de renovação de receitas antigas, o que produz prescrições inadequadas, uso prolongado sem avaliação e aumento contínuo da população psicofármaco-dependente. Há dois tipos de problemas e necessidades:
a) Reavaliação clínica e da medicação.
Dependência de benzodiazepínicos e antidepressivos.
Conclusões e/ou Recomendações
A Reforma Psiquiátrica não conteve a medicamentalização. Ainda está em aberto a criação de uma atenção psicossocial comunitária o que gera uma invisibilidade da saúde mental na Atenção Básica. Essa invisibilidade dificulta o acesso de usuários a ofertas como os grupos de Gestão Autônoma de Medicação. Há grande demanda de trabalhadores por formação para a construção de dispositivos de atenção à saúde mental.
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