28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO29o - Medicalização (sessão 2) |
27173 - A CONSTRUÇÃO DE DISPOSITIVO COM USUÁRIOS, TRABALHADORES E GESTÃO SOBRE O USO DE SUBSTÂNCIAS E MEDICAÇÃO EM CAPS ALCOOL E DROGAS: FORMAÇÃO, AÇÃO, PESQUISA E CO-GESTÃO EDUARDO CARON - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA USP, TATIANA GAVAZZI PEREZ - CAPS AD III VILA BRASILÂNDIA SP, ROSANA AMBRÓSIO - CAPS AD III VILA BRASILÂNDIA SP, AMANDA CRISTINA ANSANELO DA SILVA - CAPS AD III VILA BRASILÂNDIA SP, ANDREIA MARIANA DE SOUZA SILVA - CAPS AD III VILA BRASILÂNDIA SP, BARBARA DE SOUZA NUNES SILVA - CAPS AD III VILA BRASILÂNDIA SP, PAULO JOSÉ COSTA LIMA - CAPS AD III VILA BRASILÂNDIA SP, RUTH SILVESTRE DA SILVA - CAPS AD III VILA BRASILÂNDIA SP, MARIA CRISTINA G VICENTIN - PUC SP, CAMILA ALEIXO DE CAMPOS AVARCA - PUC SP
Período de Realização Pesquisa e ação em curso iniciada em maio de 2017.
Objeto da Experiência Pesquisa-ação, construção de dispositivo com usuários e profissionais de CAPS Álcool e Drogas em São Paulo para ampliação de autonomia em saúde mental.
Objetivos a)Formação profissional PET-Saúde e implementação de dispositivos GAM – Gestão Autônoma de Medicação.
b)Constituição de grupos de usuários do CAPS AD: espaço de fala sobre experiências de uso de drogas e medicação, suas demandas de atenção em saúde mental e qualidade de vida.
Metodologia a) A construção do dispositivo GAM no CAPS AD constitui o processo de formação dos profissionais da equipe em rodas dialógicas de produção coletiva de saberes.
b) Realização de grupos de gestão compartilhada entre usuários e profissionais - ruptura com as práticas verticais, medicalizantes e diretivas.
c) Rodas de discussão sobre experiências da vida diária, com uso de substâncias e psicofármacos, com o serviço, redes de apoio e projetos de vida.
d) Uso dos Guias GAM do usuário e do moderador.
Resultados Cria-se no trabalho um espaço para pensar as condutas e avaliar processos. A relação profissional-usuário adquire maior abertura, empatia, proximidade e leveza.
Nos encontros os participantes modificam suas formas de expressão, atenção, introspecção, valorizam o coletivo e a grupalidade.
Usuários apresentam maior comprometimento, autonomia e gestos de redução de uso.
O dispositivo mobiliza os usuários, interfere na dinâmica da unidade e se insere no projeto institucional do serviço.
Análise Crítica A autonomia é vista no plano individual como liberdade de ter controle da mente, do desejo e do corpo. O grupo é valorizado como meio de promover essa autonomia como:
a) Espaço de proteção e grupalidade alternativa aos grupos de uso.
b) Espaço de indagação, sem respostas pré-estabelecidas, focado no respeito ao sujeito e sua experiência.
c) Construção de valores, quebra de estereótipos e expectativas sobre dependência, recaída, fuga, doença que justificam a repetição e culpabilizam o indivíduo.
Conclusões e/ou Recomendações O dispositivo permite problematizar o uso de medicação como substância.
O processo co-gestivo favorece:
a) O profissional sair do lugar de saber e de poder sobre o usuário.
b) Os usuários tomarem conta da direção do processo grupal em direção à maior autonomia.
Os Guias GAM oferecem uma direção, porém necessitam ser avaliados e modificados pelo coletivo de usuários e profissionais. Esse trabalho conjunto favorece a responsabilização e autonomia.
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