28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO29n - Saúde mental e atenção básica |
25926 - COMPARANDO AÇÕES DE SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA EM CAMPINAS, SÃO PAULO, FORTALEZA E PORTO ALEGRE: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO E ESTUDO TRANSVERSAL DA PESQUISA ACESSUS CARLOS EDUARDO MENEZES AMARAL - UNICAMP, ROSANA ONOCKO-CAMPOS - UNICAMP, GASTÃO WAGNER DE SOUSA CAMPOS - UNICAMP
Apresentação/Introdução As ações de saúde mental (SM) na atenção básica (AB) implicam em diferentes processos: acesso, detecção, avaliação de gravidade, tratamento, acompanhamento e encaminhamento. Os municípios brasileiros adotaram diferentes estratégias para a realização desses processos. A análise das redes de saúde demanda indicadores que evidenciem efeitos ou condicionantes de tais diferenças, permitindo comparações contextualizadas.
Objetivos Analisar indicadores de saúde mental na atenção básica nas redes de atenção dos municípios de Campinas-SP, Fortaleza-CE, Porto Alegre-RS e São Paulo-SP, durante o período de 2010 a 2015 caracterizando a magnitude e a relação entre os processos observados.
Metodologia Desenho descritivo exploratório, componente da pesquisa AcesSUS, utilizando dados de sistemas de informação de saúde (2010-2015) e inquérito multicêntrico realizado em 2016 com 917 usuários dos CAPS de Campinas, Fortaleza, Porto Alegre e São Paulo. Os processos retratados foram: cobertura AB e estratégia saúde da família (ESF) (percentual de cobertura); intervenções de psiquiatras e psicólogos realizadas na AB (procedimentos/ano por 1.000 hab.); detecção inicial de problemas de SM na AB (proporção de detecção na AB em relação a outros serviços); tratamento em SM na AB (proporção de usuários do CAPS atendidos); procura pela AB em situações de crise de SM (proporção de usuários do CAPS).
Resultados A cobertura de AB é semelhante nos quatro municípios (65%), com maior cobertura ESF em Fortaleza e Campinas (50%). Atendimento psiquiátrico é mais frequente em São Paulo e Campinas (20 por mil hab/ano), e quase inexistente em Fortaleza (0,3 por mil hab/ano). Atendimento psicológico é mais frequente em Porto Alegre (46 por mil hab./ano), com valores diminutos em Fortaleza (6,4 por mil hab/ano). A proporção de detecção realizada na AB é maior em São Paulo e Fortaleza (50%), e o tratamento em SM na AB é mais frequente em Campinas, Porto Alegre e São Paulo (70%). Porto Alegre destaca-se no percentual de usuários que buscam a AB em situações de crise (30%), mais que o dobro dos demais municípios.
Conclusões/Considerações A assistência em saúde mental põe em movimento vários processos que, apesar de interligados, não têm ocorrido na mesma magnitude em cada município. Na falta de referências normativas e estudos de perspectiva semelhante, a comparação entre municípios mostra-se útil para apresentar as magnitudes que os valores de cada indicador podem apresentar, caracterizar os modelos de atenção e identificar pontos frágeis que geram barreiras de acesso.
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