27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO29i - Cuidado em saúde mental (sessão 1) |
27003 - A CARTOGRAFIA DA FAMÍLIA COMO APOSTA DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL: DESAFIOS PARA A PRODUÇÃO DO CUIDADO EM REDES THAYANE PEREIRA DA SILVA FERREIRA - UFPB, JULIANA SAMPAIO - UFPB
Apresentação/Introdução A Política Nacional de Saúde Mental, fruto da reforma psiquiátrica brasileira, redirecionou os modos de produção de cuidado em saúde mental, no sentido de conceber a importância da família no cuidado dos sujeitos com transtorno mental. A família passa a ser integrada como parte da rede do usuário, no entanto, pouco é visibilizada como aquela que propõe ações e que também precisa de cuidado.
Objetivos Problematizar o lugar que as famílias assumem na dinâmica dos CAPS e suas implicações para a produção do cuidado para além dos muros institucionais.
Metodologia O relato a seguir trata-se de um recorte da pesquisa “Observatório Nacional da Produção do Cuidado à luz do processo de implantação das redes temáticas em saúde: avalia quem faz, quem pede e quem usa”, desenvolvida por diversas universidades federais do país. O lócus deste estudo se deu na Rede de Atenção Psicossocial de João Pessoa-PB, sendo desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba. Aproximamo-nos de alguns serviços da rede, entre eles, um CAPS III, que funciona 24 horas com leitos de atenção à crise. A participação das pesquisadoras se deu nas reuniões clínico-institucionais e no acompanhamento das ações desenvolvidas dentro e fora do CAPS.
Resultados No percurso da vivência junto à equipe do CAPS, algumas cenas da produção do cuidado do serviço foram rastreadas e processadas, trazendo para o debate o lugar da família na produção do cuidado em saúde mental. A partir do acompanhamento de um caso, considerado complexo pela equipe, foi possível produzir diferentes visibilidades sobre o lugar da família na produção do cuidado, a saber: (a) família como espaço de disputa de plano de cuidado, entre si e com a equipe; (b) família que também precisa ser cuidada e que vivencia processos de adoecimento; e, (c) família como parte da vida social do usuário, que compõe sua rede de convivência social.
Conclusões/Considerações A pesquisa nos convocou a visualizar a família como aquela que cuida, que produz planos de cuidado e que precisa ser cuidada. Além de que, na elaboração do plano de cuidado, esta pode ser invisível para a equipe, sendo apenas solicitada na responsabilização do sujeito. O mais importante não é delimitar qual o lugar que a família deve assumir na produção do cuidado, mas, dar visibilidade para os papéis que esta pode assumir no decorrer do cuidado
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