27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO29i - Cuidado em saúde mental (sessão 1) |
24750 - ITINERÁRIOS DE FAMÍLIAS EM BUSCA DE CUIDADOS EM SAÚDE MENTAL DE CRIANÇAS PATRICIA SANTOS DE SOUZA DELFINI - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA/USP, ISABELLA TEIXEIRA BASTOS - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA/USP, FLAVIA BLIKSTEIN - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA/USP, ALBERTO OLAVO ADVINCULA REIS - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA/USP
Apresentação/Introdução Os cuidados voltados às crianças em sofrimento psíquico são orientados por um modelo público de rede de atenção apoiada em serviços de saúde e outros que atuam de modo articulado. Os percursos das famílias na busca por cuidados evidencia as diferentes formas de cuidado dispendidas pelos serviços, assim como os entendimentos sobre os problemas de saúde mental e seus tratamentos.
Objetivos Analisar o itinerário percorrido por famílias de crianças atendidas em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) na busca por tratamento em saúde mental.
Metodologia Pesquisa qualitativa, cujo aporte teórico-metodológico se baseou na Análise Institucional Francesa e nos pressupostos do modo de atenção psicossocial. Foi desenvolvida em um CAPSi de um município de médio porte da Grande São Paulo, onde foram realizadas Observações Participantes e Grupos Focais - três sessões - com familiares de crianças ali atendidas. Os itinerários terapêuticos foram usados nos grupos como estratégia para construção e o compartilhamento das trajetórias seguidas pelas famílias na busca de solução para problemas, visando compreender o comportamento em relação ao cuidado e a utilização dos serviços de saúde.
Resultados O percurso das famílias inicia-se no reconhecimento do sofrimento da criança - momento de dúvidas e angústias - seguido pela procura por tratamento, que levava a inúmeros encaminhamentos a especialistas e exames. Nesse período, os sentimentos de solidão e desgaste foram marcantes, indicando um trabalho pouco articulado do sistema de saúde. A chegada ao CAPSi foi considerada por alguns como um momento de acolhimento. Todo o percurso foi permeado por forças contraditórias em que o modelo instituído - focado na doença e fragmentado de atenção - tensionou-se por uma força instituinte que propõe reposicionar o sujeito e demanda de cuidado em um modelo de rede.
Conclusões/Considerações A construção e implementação da rede de serviços é marcada por investimentos inconstantes e permeada por conflitos entre diferentes lógicas de cuidado. A despeito das dificuldades que familiares se deparam em sua peregrinação, há avanços que caminham na direção de uma atenção psicossocial, ancorada em tecnologias relacionais, como acolhimento, vínculo, confiança e responsabilização entre diversos os atores envolvidos no cuidado.
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