27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO29f - Álcool e Drogas - Aspectos sociopolíticos |
26074 - SAÚDE MENTAL E DROGAS: DESAFIOS DE PESQUISAR EM ÁREAS DE CONFLITO ANA PAULA GULJOR - LAPS/ENSP-FIOCRUZ, PAULO AMARANTE - LAPS/ENSP-FIOCRUZ, MARIA INÊS CÁRCAMO - PACD/FIOCRUZ, LEANDRA BRASIL CRUZ - LAPS/ENSP-FIOCRUZ, RUI TEIXEIRA DE LIMA JR. - PACD/FIOCRUZ, REBECCA DALFIOR SIGNORELLI - LAPS/ENSP-FIOCRUZ, GINA FERREIRA - LAPS/ENSP/FIOCRUZ, FRANCISCO DE ABREU FRANCO NETTO - PACD/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução Esta pesquisa buscou compreender a percepção das equipes de saúde da família e da comunidade sobre a questão das drogas, dos transtornos mentais, suas formas de cuidado e recursos existentes. O campo de estudo foi uma região de conflitos armados e precariedade dos recursos sociais. Este trabalho é o recorte do percurso metodológico (cartografia) e do desafio da inserção dos pesquisadores na área.
Objetivos Apresentar os impasses e desafios do método cartográfico em uma pesquisa que buscou identificar os recursos formais e informais utilizados para práticas de cuidado em saúde mental, álcool, crack e outras drogas na região de Manguinhos - RJ.
Metodologia A escolha metodológica foi pela cartografia. Nesta o acompanhamento de percursos, implicação em processos de produção e conexão de redes possibilitam a imersão na complexidade das dimensões envolvidas. Foram realizadas observações de campo, encontros com referências da comunidade, profissionais de saúde e gestores, visitas à comunidade e entrevistas em profundidade. O complexo de Manguinhos reúne área conflagrada e alvo de intervenção militar com posterior inclusão da UPP. A violência cotidiana influencia de modo significativo processos de pesquisa e inserção dos pesquisadores. De certa forma radicalizando a necessidade de proximidade e troca com a comunidade e profissionais locais.
Resultados A inserção no campo iniciou com a participação regular no dispositivo de organização e controle social. Esta aproximação pesquisador-morador possibilitou a escolha dos informantes chave. O cotidiano dos pesquisadores com a comunidade desvendou distintas camadas. Circular neste Território deflagrou vários olhares, não definindo um Manguinhos único, onde estratégias potentes e miséria extrema se entrecruzam. Compreender os discursos não apenas das falas ditas, mas os subentendidos e os contextos foram determinantes na coleta e nas análises dos dados. As agendas dos conflitos, das invasões e disputas impactam as percepções das equipes e dos moradores sobre o sofrimento psíquico e as drogas.
Conclusões/Considerações Para a construção de um conhecimento coletivo é necessária a inserção processual no campo. A aproximação da comunidade com uma escuta aberta, que considere suas experiências, seu conhecimento e suas demandas foram condicionantes para apreender as percepções de caráter subjetivo. Desta forma, o recorte metodológico se configurou em uma estratégia adequada de intervenção nesta área com suas peculiaridades.
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