26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO29d - Gestão em serviços de saúde mental/ RAPS |
26586 - AVALIANDO O PROGRAMA DE VOLTA PARA CASA E OS SERVIÇOS DE RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS DE FEIRA DE SANTANA - BAHIA. RENE LUIS MOURA ANTUNES - UFSB, SANDRO MENEZES OLIVEIRA - UFSB, DANIELA VIANA SILVA - UFSB, SAMUEL MARTINS DE JESUS BRANCO - UFSB, SOARES LAÍS FERREIRA - UFSB, MICAELA BORGES SANTOS BARBOSA - UFSB, ADINAILTON DELMIRO DOS SANTOS - UFSB, ENRIQUE DE ARAÚJO BESSONI - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, ANTONIO JOSÉ COSTA CARDOSO - UFSB, GABRIELA ANDRADE SILVA - UFSB
Apresentação/Introdução O Programa de Volta para Casa (PVC) e os Serviços de Residências Terapêuticas (SRTs) são estratégias de desinstitucionalização no âmbito da Reforma Psiquiátrica que visam à reintegração social de pessoas egressas de longas internações psiquiátricas por meio de um auxílio-reabilitação e moradia.
Objetivos Avaliar o impacto do Programa de Volta para Casa no processo de desinstitucionalização e reintegração social de beneficiários que vivem em SRTs em Feira em Santana - BA.
Metodologia Trata-se de pesquisa qualitativa que usou as técnicas de observação participante e entrevistas em profundidade. Foram identificados e selecionados os 10 beneficiários do PVC residentes em Feira de Santana-BA que recebiam o benefício há mais tempo. Todos viviam em cinco SRTs. Um beneficiário recusou assinar o TCLE, restando nove participantes. Entre setembro e outubro de 2017, foram realizadas 13 visitas para observação participante nas RTs e três entrevistas em profundidade com gestores. Os pesquisadores relataram suas experiências em diários de campo, que subsidiaram a construção de narrativas. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FIOCRUZ Brasília sob o Parecer 1.699.082.
Resultados Ter acesso ao PVC em Feira de Santana é requisito para saída de usuários do hospital psiquiátrico para os SRTs, assumindo, assim, papel destacado no processo de desinstitucionalização. No cotidiano dos SRTs, observamos ganho expressivo de autonomia, traduzida como: liberdade de entrar e sair, de administrar suas rotinas, de permanecer sem cuidadores parte do tempo, dispor de espaços que possibilitam a intimidade e guarda de objetos pessoais. Ainda que com valor considerado insuficiente, o PVC permitiu aos beneficiários escolher o que comprar ou como gastar o dinheiro. Favoreceu, ainda, as relações interpessoais dos beneficiários entre si, com cuidadores, vizinhança e familiares.
Conclusões/Considerações O PVC, vinculado à vivência nos SRTs e ao trabalho realizado pela equipe de saúde de Feira de Santana, impactou positivamente na desinstitucionalização, proporcionando ganho expressivo de autonomia dos sujeitos. Para além de uma ação compensatória, o PVC proporcionou a liberdade de decidir como gastar o dinheiro. O favorecimento das relações interpessoais nos permitiu concluir que houve transformação de capital monetário em social.
|