26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO29b - Álcool e Drogas - Projetos e territórios (sessão 1) |
26691 - CENTRO DE SAÚDE TAMBÉM É LUGAR DE QUEM FAZ USO DO ÁLCOOL: A EXPERIÊNCIA DO GRUPO DIGNIDADE FRANCISCO MOGADOURO DA CUNHA - PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, CLEIDE DE FÁTIMA VASCONCELOS - PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, CRISTIANE PEREIRA RODRIGUES ALVES - PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, ERIKA TROVILHO DA SILVA - PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, HELEN SILMARA MARQUES SANTOS - PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, JAMES MANOLO DIETRI - PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS, ROBERTA SILVEIRA DOS REIS - PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS
Período de Realização O grupo vem acontecendo semanalmente desde 19/08/2016, sem previsão de encerramento.
Objeto da Experiência Grupo Dignidade, espaço para abordagem do uso de álcool sob o paradigma da redução de danos, realizado no Centro de Saúde DIC III, em Campinas – SP.
Objetivos Diante da alta prevalência do uso problemático do álcool no território adscrito e da dificuldade de acesso e vínculo desses usuários ao serviço, o objetivo é constituir um espaço acolhedor e terapêutico para garantir seu direito à saúde, sob o paradigma da redução de danos.
Metodologia Uma comissão responsável pelo grupo, constituída em parceria com o CAPS-AD, realizou reuniões preparatórias de formação e organização. Definiu-se um horário semanal para o grupo, amplamente divulgado. As equipes da unidade foram estimuladas a convidar usuários com uso problemático de álcool. Nos primeiros encontros foram realizadas dinâmicas de grupalidade, pactuação de regras e votação do nome do grupo. A cada encontro é definido o próximo tema, estimulando que os usuários reflitam a respeito.
Resultados Entre agosto/2016 e fevereiro/2018 foram realizados 67 encontros semanais. O número de participantes variou entre 2 e 11, com uma média de 6 por encontro. Participaram ao todo 46 usuários, sendo 45 homens e 1 mulher, com idade entre 24 e 85 anos (média: 52). Do total, 6 (13%) faleceram nesse curto período. A maioria dos usuários mantém uso de álcool, mas apresenta maior elaboração sobre esse uso e vem construindo estratégias de redução de danos. O tema mais recorrente foi “família”.
Análise Crítica Trata-se de iniciativa de atendimento a pessoas com uso problemático do álcool, com relativo sucesso. A adesão é significativa, apesar de irregular. Ao contrário do paradigma da abstinência (que considera a substância um mal em si, e propõe que o usuário não tenha nenhum contato com ela), a redução de danos permite a participação de usuários que mantêm o uso, sem julgamento moral.
Conclusões e/ou Recomendações A experiência demonstra que é possível constituir um espaço para pessoas socialmente marginalizadas e pouco acolhidas pelos serviços de saúde. O número de usuários que faleceram em curto período retrata a importância de garantir acesso mais precoce e manejo das complicações clínicas. A ausência quase total de mulheres é dado muito significativo, provável reflexo da desigualdade de gênero que estigmatiza as mulheres ainda mais que os homens.
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