26/07/2018 - 13:10 - 14:40
CO29a - Álcool e Drogas - Rede(s) de cuidado em A&D |
27083 - A REDUÇÃO DO CONSUMO DE CRACK E A EXPERIÊNCIA DA MATERNIDADE EM MULHERES USUÁRIAS
PAOLA DE OLIVEIRA CAMARGO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, MICHELE MANDAGARÁ DE OLIVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, LIENI FREDO HERREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Apresentação/Introdução
Quando a pessoa que usa drogas é uma mulher, o estigma por parte dos serviços de saúde, da sociedade e família, pode ser maior. Esse fator colabora para que as mesmas realizem o uso da substância escondido e não procurem ajuda e apoio A experiência da maternidade pode ser sofrida para essas mulheres, que muitas vezes se sentem incapazes de assumir a responsabilidade e a tarefa de ser mãe.
Objetivos
Compreender como a experiência da maternidade em mulheres usuárias de crack pode influenciar na redução do consumo da substância.
Metodologia
Este resumo é parte integrante da dissertação de mestrado intitulada “A visão da mulher usuária de cocaína/crack em relação a experiência da maternidade: vivência entre mãe e filho”. A coleta de dados ocorreu entre maio e agosto de 2014, nas residências e no território das participantes, através de entrevistas semi-estruturadas, observação participante e construção de diários de campo. Para análise dos dados utilizou-se da Teoria Interpretativa de Geertz. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Enfermagem, pelo parecer 643.166.
Resultados
Para Crisântemo foi a filha que lhe impulsionou a reduzir o uso e a evitar as recaídas. Dama da Noite não conseguiu abandonar o uso de crack de imediato, porém após o nascimento do filho, foi presa por envolvimento com o tráfico e ao sair do presídio nunca mais voltou a usar a substância. Não somente o momento do nascimento, mas a relação entre mãe e filho ou, a falta dela, pode interferir e incentivar a interrupção do uso em prol da vivência da maternidade. Íris e Dália conseguiram diminuir o consumo em razão dos filhos, porém manter abstinentes por completo só foi possível após as crianças estarem maiores, com o tempo e o vínculo criado.
Conclusões/Considerações
A relação entre mães e filhos e a responsabilidade que a maternidade acarreta, mesmo que em longo prazo, pode acabar favorecendo a redução ou interrupção do consumo da substância. O contato entre mãe e filho estimula uma mudança de certa forma positiva na vida dessas mulheres, que mesmo sem conseguir muitas vezes interromper o uso por completo, procuram estratégias para que o consumo da substância não sobressaia os cuidados aos seus filhos.
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