28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO9a - Abordagens para a Investigação e Operacionalização de Difusão e Incorporação de Tecnologias |
25991 - REORDENAMENTO DO TRABALHO EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA EM ÁREAS RURAIS RIBEIRINHAS NO AMAZONAS MARIA LAURA REZENDE PUCCIARELLI - INSTITUTO LEÔNIDAS E MARIA DEANE - FIOCRUZ/AM, MARIA LUIZA GARNELO PEREIRA - INSTITUTO LEÔNIDAS E MARIA DEANE - FIOCRUZ/AM
Apresentação/Introdução A implantação de Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF), com equipes de saúde da família provendo serviços itinerantes em áreas rurais, busca atender às especificidades geográficas e socioculturais amazônicas. O reordenamento do processo de trabalho é estratégia crucial para efetivar a conversão do modelo assistencial e atender às singularidades dos modos locais de vida e das necessidades de saúde.
Objetivos Descrever o modelo assistencial adotado na unidade básica de saúde fluvial, identificando características organizativas implantadas pelas próprias equipes, em contraponto à atuação normatizada na Estratégia Saúde da Família.
Metodologia Pesquisa qualitativa, desenvolvida através de observação sistemática realizada no período de deslocamento mensal da UBSF às comunidades atendidas. Os principais elementos observados foram atuação da equipe multiprofissional e formas de interação entre seus membros e com a comunidade; observação do atendimento prestado nos setores percorridos pelo usuário, configurando o fluxo de atendimento na unidade, na comunidade e em outros níveis de atenção. Aspectos relacionados à geografia do local, tempo de deslocamento para cada localidade atendida, e translados da equipe e usuários também foram documentados.
Resultados A territorialização implicou em permanência ampliada na comunidade para reconhecer condições de vida e saúde nos domicílios, dados os singulares padrões de assentamento rural. Além da composição habitual a equipe conta com farmacêutico e bioquímico viabilizando acesso imediato a diagnóstico laboratorial e assistência farmacêutica até nível secundário, só disponível na capital. Atenção à saúde bucal foi adaptada: inicia na gravidez, alcança o recém-nascido e se estende em monitoramento regular até pré-escola. Tais adaptações demandaram registros não contemplados nos formulários usuais, resultando na criação de registros customizados que refletem o trabalho vivo dos profissionais.
Conclusões/Considerações Adaptações realizadas autonomamente pela equipe expressam respostas à realidade, contribuindo para refletir sobre o modelo assistencial mais adequado às populações rurais. Entretanto, a garantia de continuidade dessas iniciativas exige seu reconhecimento também na esfera de gestão da política de saúde de populações rurais, para instituir novas estratégias assistenciais congruentes com as necessidades das populações amazônicas.
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