29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC10g - Determinação Social, Desigualdades e Promoção da Saúde |
25485 - TAXA DE MORTALIDADE PREMATURA POR DCNT EM MUNICÍPIOS DO RS: EM QUE MEDIDA NÍVEL SOCIOECONÔMICO, ACESSO E QUALIDADE DA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE EXPLICAM DESIGUALDADES? EDUARDO VIEGAS DA SILVA - SES/RS, MAIKE ROCHA - SES/RS, ANDREA NOVO VOLKMER - SES/RS, ANA MARIA NUNES MENDES - SES/RS
Apresentação/Introdução O RS atinge a meta pactuada nas comissões intergestores do SUS, de redução da mortalidade prematura por DCNT em 2% ao ano. Contudo, as desigualdades entre os municípios são intensas. A exposição aos fatores de risco estaria relacionada com menor renda e escolaridade, assim como com limitações de acesso e qualidade da atenção em saúde, mas a complexidade do objeto requer estudos exploratórios.
Objetivos Analisar a correlação de mortalidade prematura por DCNT com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal e com variáveis utilizadas como proxi de acesso e qualidade da rede de atenção à saúde.
Metodologia Trata-se de análise de correlação entre a distribuição dos escores para o ano de 2017 da variável dependente taxa de mortalidade prematura (30 a 69 anos) pelo conjunto das quatro principais Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), com os das variáveis independentes Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), proporção de Internações por Condições Sensíveis à Atenção Básica (ICSAB) como proxi de qualidade da Atenção Básica e taxa de utilização de medicamentos especializados como proxi de acesso a serviços da atenção secundária. Foi empregado o coeficiente de correlação linear de pearson para a população. A avaliação compreendeu os 43 municípios do RS com mais de 50.000 habitantes.
Resultados O coeficiente de correlação populacional (p) foi de -0,45 (negativo moderado) na comparação com IDHM, reafirmando que condição socioeconômica possui influência direta na mortalidade prematura. Obteve-se p = +0,30 (positivo fraco) na correlação com proporção de ICSAB, que aumentou de forma tênue no mesmo sentido da variável dependente estudada. O resultado p = -0,34 (negativo fraco) na análise com taxa de utilização de medicamentos especializados fornecidos pelo SUS, apesar do valor indicar correlação discreta, apontou que quanto menor a capacidade da rede de atenção em promover acesso à atenção especializada, maior a mortalidade prematura por DCNT.
Conclusões/Considerações As correlações encontradas, moderadas e fracas, reafirmam achados descritos na literatura, mas também apontam a necessidade de análises mais complexas. Agregar estudos que integrem metodologias qualitativas, para compreender melhor a realidade envolvida, poderá gerar saberes preditivos de intervenções efetivas em determinantes sociais e cuidados em saúde, para uma redução mais equânime da mortalidade prematura por DCNT no RS.
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