29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC10f - Determinação Social, Desigualdades e Promoção da Saúde |
27491 - VISITA DOMICILIAR: AS PRÁTICAS EM SAÚDE DE AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE EM MONTES CLAROS VAGNER - UFF
Apresentação/Introdução O estudo teve como objetivo analisar as práticas de atenção à saúde desenvolvidas por ACS no âmbito da VD com famílias atendidas pela ESF no município de Montes Claros. O estudo analisou as práticas de ACS com o objetivo de compreender como estes agentes vêm abordando aspectos da vida privada e da dimensão pública do processo em saúde e quais as distintas posturas que adotam nas interações com as famílias.
Objetivos Analisar as práticas de atenção à saúde desenvolvida pelos ACS no âmbito da VD com famílias atendidas pela ESF. Analisar o modo de abordagem das condições sociais e de vida das famílias, do contexto do território-moradia que delimita a atuação das equipes da ESF.
Metodologia Tendo como base esse referencial conceitual, a construção dos dados analisados pautou-se, para além da pesquisa bibliográfica sobre os temas e conceitos referidos, na realização de entrevistas semiestruturadas com 10 usuários da ESF e Agentes Comunitários de Saúde das três equipes das Unidades Básicas de Saúde do bairro Morrinhos, em Montes Claros-MG no ano de 2013. As entrevistas foram livremente concedidas pelos participantes e foram entrevistados nove ACS sendo três de cada equipe; sendo dois da equipe Morrinhos I, quatro da equipe Morrinhos II e quatro da equipe Morrinhos III. Foram observadas 20 Visitas Domiciliares, realizadas por ACS no ano de 2013.
Resultados A observação das VD demostrou a compreensão, por parte dos ACS, de que as ações educativas por si só teriam a capacidade para modelar os comportamentos e valores da comunidade, na busca pela “qualidade de vida”. Esse tipo de situação sob o pretexto de autonomia em relação ao profissional de medicina, transfere para o indivíduo/comunidade a responsabilidade pelo domínio do saber médico, espalhando a noção de estilos de vida ditos saudáveis. Os ACS, muitas vezes, solicitados a tratar de assuntos da vida privada, problemas gerais da casa e do bairro. Por outro lado, nas situações que envolvem maior privacidade nas informações parece haver desconfiança dos usuários de que questões privadas sejam publicizadas.
Conclusões/Considerações Embora tenha se verificado a relação do ACS como intérprete da comunidade, servindo de elo entre esta e a UBS, observou-se que o “ser da comunidade” não parece ser o maior norteador do seu trabalho no caso estudado. O ACS passou a fazer os mesmos tipos de prescrições que os demais profissionais de saúde. As observações e as falas dos ACS demostram haver uma visão normalizada dos usuários, na qual todos necessitam se comportar da mesma maneira.
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