28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC10e - Determinação Social, Desigualdades e Promoção da Saúde |
25258 - FATORES DETERMINANTES DA MORTALIDADE INFANTIL NAS REGIÕES DE SAÚDE DE MATO GROSSO ANGÉLICA FATIMA BONATTI - UFMT, ANA PAULA MURARO - UFMT
Apresentação/Introdução Os fatores de risco para óbitos em crianças menores de um ano de idade englobam indicadores de vários aspectos das condições de vida, o que permite a verificação de eventos determinantes, a identificação de grupos expostos e a detecção das necessidades de saúde em grupos populacionais, no intuito de buscar formas de superação das desigualdades que se distribuem diferentemente no território.
Objetivos O objetivo deste trabalho foi identificar os fatores associados à distribuição da taxa de mortalidade infantil (TMI) nas regiões de saúde de Mato Grosso, no período de 2006 a 2017.
Metodologia Trata-se de um estudo ecológico realizado em Mato Grosso, cujas unidades de análise foram as 16 regiões de saúde do estado. Foram avaliados indicadores relativos às condições sociodemográficas e de saúde disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, censo 2010 e no Sistema de Informação sobre Mortalidade, no período de 2007 a 2016. Tendência temporal no período foi avaliada por meio de regressão linear simples. Os fatores associados a variável dependente (taxa média de mortalidade infantil) foram verificados por meio de modelo de regressão linear mutuamente ajustado, sendo mantido no modelo apenas as variáveis que apresentaram nível de significância de 5%.
Resultados No período analisado ocorreram 7.685 óbitos infantis, sendo a maior taxa de mortalidade infantil verificada na região Garças Araguaia (27,32/1.000 NV). Constatou-se declínio da TMI nos anos de 2007 e 2016 em 75% das regiões, mantendo-se estáveis nas regiões Centro-Norte, Vale do Peixoto e Médio Araguaia. Dentre os fatores que estiveram negativamente associados à TMI nas regiões de saúde ao longo dos dez anos, destacaram-se: o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a taxa de analfabetismo em maiores de 15 anos, a proporção de moradores com coleta de lixo, a cobertura populacional da Estratégia de Saúde da Família e a proporção de nascidos vivos com sete ou mais consultas pré-natal.
Conclusões/Considerações A mortalidade infantil nas regiões de saúde manteve-se na última década em patamares elevados. As desigualdades regionais das condições de vida, principalmente, no IDH contribuíram para a distribuição desigual e aumento dos óbitos em menores de um ano no estado. Dessa forma, a modificação deste cenário requer intervenções efetivas das políticas públicas, sendo um grande desafio para os serviços de saúde, governo e sociedade.
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