28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC10d - Determinação Social, Desigualdades e Promoção da Saúde |
25063 - GENTILEZA FAZ BEM À SAÚDE: LÓGICA DA DÁDIVA E PRÁTICAS DE GENTILEZA NA OCUPAÇÃO DE ESPAÇOS URBANOS LARA YELENA WERNER YAMAGUCHI - UFRGS, ROBERTO HENRIQUE AMORIM DE MEDEIROS - UFRGS, SELMAR ALDONI DOS SANTOS SEVERO - UFRGS, YOISELL LOPEZ BESTARD - UFRGS, LÍDIA ROSITA MATTHES OST - UFRGS
Período de Realização Julho a Dezembro de 2017
Objeto da Experiência Projeto de extensão universitária que experimenta intervenções de ocupação do espaço urbano e convivência a partir da lógica da dádiva e práticas de gentileza.
Objetivos Estabelecer relações de vínculo social a partir da experiência de convivência no espaço público; ressignificar a percepção sobre o território ocupado; estimular e fortalecer práticas autônomas de cidadania; proporcionar vivências que dialoguem com o conceito ampliado de saúde.
Metodologia Observação participante; ancoradas nos princípios da Política Nacional de Promoção da Saúde, inspiradas pelo projeto de extensão “Gentileza aos Bocados” (UFMG) e em reflexões a partir do “Ensaio sobre a Dádiva” (Mauss, 1950), as ações do projeto “Gentileza faz bem à Saúde” consiste em ocupações de espaços públicos e intervenções a partir de tecnologias sociais que incitem vínculos solidários no território, diálogos e trocas que evidenciem socializações onde a potência e percepção do bem comum.
Resultados Realizou-se três intervenções: duas em uma praça pública no entorno do campus Saúde da UFRGS e uma no Sanatório Partenon, em Porto Alegre, mobilizando moradores do território, estudantes e colaboradores voluntários para atividades lúdicas e compartilhamento de saberes. Foram compartilhados alimentos e roupas (cabide e piquenique solidários), apresentações artísticas planejadas e espontâneas, cuidado coletivo das crianças e uma parceria com a ONG Banho Solidário, para a população de rua
Análise Crítica A percepção do espaço público como território de convivência e direito fundamental interligado à cidadania é atravessada por discursos propagados pela mídia e senso comum que reforçam estigmas e discriminações. No chamamento para as atividades, observamos as barreiras simbólicas presentes nas relações dentro do território, que envolvem questões socioeconômicas e de racialização. O medo da violência e a hostilidade são fatores de desagregação e dificultadores da manutenção do tecido social.
Conclusões e/ou Recomendações A proposta de uma vivência de sociabilidade sob o acordo tácito da dádiva e da gentileza como valores éticos fundamentais para a ressignificação do espaço público e do senso comunitário desacomoda a percepção do outro como ameaça ou inconveniente. Barreiras simbólicas demandam estratégias mais articuladas de abordagem, além da desconstrução de expectativas associadas ao assistencialismo, enfatizando os aspectos da convivência e do bem comum.
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