27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC10b - Determinação Social, Desigualdades e Promoção da Saúde |
24473 - DESLOCAMENTO ATIVO PARA ESCOLA E CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE CONSTRUÍDO ENTRE ADOLESCENTES DE ESCOLAS ESTADUAIS DE CURITIBA DIEGO SPINOZA DOS SANTOS - UFPR, CHRISTIANE OPUZSKA MACHADO - UFPR, ADRIANO AKIRA FERREIRA HINO - PUC-PR, DOROTEIA APARECIDA HÖFELMANN - UFPR
Apresentação/Introdução Comunidades mais seguras, atrativas e que oferecem mais oportunidades para a atividade física podem contribuir para o aumento no número de pessoas ativas em vários contextos, inclusive no modo de deslocamento. Contudo, poucos estudos sobre o tema têm sido realizados com medidas objetivas do ambiente construído.
Objetivos Investigar a associação entre a adoção de deslocamento ativo para escola e características do ambiente construído entre adolescentes estudantes da rede pública de ensino de Curitiba, Paraná.
Metodologia O cálculo amostral deste estudo transversal considerou os matriculados no ensino fundamental (6º ao 9º ano) e médio de escolas estaduais (n=1437). Deslocamento ativo para escola foi caracterizado como o relatado a pé, ou com veículo de propulsão humana. 25% dos segmentos de ruas (n=888) contidos no raio de 500 metros dos entornos escolares foram auditados. A distância das escolas em relação ao centro da cidade foi obtida eletronicamente. Modelos multiníveis (nível 1 aluno, nível 2 escola) foram aplicados na análise, com estimativas de razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança (IC95%). A variabilidade do escore da auditagem foi investigada por meio da correlação intraclasse (ICC).
Resultados Foram avaliados 1.232 estudantes (75,9% de respostas), sendo 51,2% do sexo masculino. 53,6% (IC95% 50,6; 56,4) dos adolescentes relataram se deslocar ativamente até a escola. O escore médio da auditagem foi 22,8 pontos, sendo a maior variação atribuída ao nível das escolas na seção Segmentos (ICC=0,41), e a menor para a seção Rotas (ICC=0,19). Escolas mais longes do centro da cidade apresentaram maior prevalência de deslocamento ativo (RP 1,06; IC95% 1,02;1,11). Ambientes de pior qualidade foram associados a maior prevalência deste comportamento, destacando-se áreas com manutenção ruim da calçada (RP 3,54; IC95% 1,76;7,09) e com ausência de redutores de tráfego (RP 4,42; IC 95% 1,81; 10,74).
Conclusões/Considerações Os resultados indicam que a maior prevalência de deslocamento ativo entre adolescentes ocorre nas áreas da cidade que apresentam condições mais desfavoráveis do ambiente construído. Este estudo pode contribuir para o desenvolvimento de políticas urbanas mais equânimes e que tornem o transporte ativo uma opção natural, adequada e segura a todos, e não mediada apenas pela condição socioeconômica.
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