Comunicações Orais Curtas

27/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC10b - Determinação Social, Desigualdades e Promoção da Saúde

21599 - ANÁLISE DAS DESIGUALDADES ESPACIAIS NO COMPROMETIMENTO ESTATURAL INFANTIL EM POPULAÇÃO BENEFICIÁRIA DE PROGRAMA DE TRANSFERENCIA DE RENDA.
LÍGIA REJANE SIQUEIRA GARCIA - UFRN, ANGELO GIUSEPPE RONCALLI DA COSTA OLIVEIRA - UFRN


Apresentação/Introdução
Apesar da sensível redução da fome e da desnutrição infantil nas últimas décadas, ainda se fazem presentes no país. A importância individual dos indicadores socioeconômicos e a interação destes sobre o crescimento infantil resultam em situações próprias para cada espaço geográfico. E considerando as dimensões continentais do Brasil, é imprescindível um monitoramento sistemático.


Objetivos
investigar a distribuição espacial do déficit estatural em crianças beneficiárias do programa de transferência de renda brasileiro e a correlação com indicadores sociais e de serviços de saúde.


Metodologia
O desenho do estudo é ecológico, tendo como unidade de análise a Divisão Intermediária de Articulação Urbana brasileira, composta de 161 agrupamentos de municípios. A variável dependente foi o déficit estatural, segundo o indicador altura/idade, e as independentes foram: renda per capita, taxa de analfabetismo da população de 15 anos ou mais de idade, Índice de Gini, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e investimentos em atenção primária. Técnicas de análise espacial univariada e bivariada foram utilizadas.


Resultados
A dependência espacial no déficit estatural foi observada (I=0,52; p=0,010), com uma predominância de altas prevalências nas regiões Norte e Nordeste. Uma associação inversa foi encontrada entre a variável dependente e as variáveis renda per capita e IDH (-0,459; p<0,001 e -0,490; p<0,001). A associação direta (0,433; p<0,001) com os investimentos na atenção primária sugere um esforço governamental no sentido de superar as iniquidades e avançar na conquista de melhores condições de saúde para a população.


Conclusões/Considerações
As desigualdades espaciais entre beneficiários do programa de transferência de renda brasileiro mostram uma predominância do déficit estatural infantil no Norte e Nordeste, e estão associadas aos indicadores sociais relacionados a renda e ao desenvolvimento do município.

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