27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC10a - Determinação Social, Desigualdades e Promoção da Saúde |
24707 - RESIDÊNCIA NA RUA: RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE E EXPERIÊNCIAS ARTÍSTICAS COM A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA DO CENTRO DE FORTALEZA COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE TALITA ALCÂNTARA FONTENELE E SILVA - ESP/CE, EMILIE COLLIN SILVA KLUWEN - ESP/CE, AMANDA FROTA CAVALCANTE - ESP/CE, EDWIGES MAIARA FLORÊNCIO CRUZ - ESP/CE, LUANNE CAVALCANTE GOMES - ESP/CE, MARIA ANDRÉIA PEREIRA - ESP/CE, RAFAEL ROLIM FARIAS - ESP/CE, RAIMUNDA FÉLIX DE OLIVEIRA - SECULT/CE, RAQUEL MENDES CELEDÔNIO - ESP/CE, ANTÔNIA ELIONEIDA VITURIANO DA SILVA - ESP/CE
Período de Realização Projeto iniciado em setembro de 2016 e ainda em execução em 3 turnos semanais (diurnos e noturnos).
Objeto da Experiência Atividades artístico-culturais como forma de promoção da saúde e vínculo com a população em situação de rua do Centro de Fortaleza/CE.
Objetivos Descrever a experiência do projeto de extensão da RIS-ESP/CE intitulado ‘Residência na Rua: Saúde, Cultura e Arte’, em parceria com a SECULT/CE, que busca promover saúde e possibilitar o acesso à saúde e à cultura para a população em situação de rua da Praça do Ferreira em Fortaleza.
Metodologia A proposta é possibilitar atividades artístico-culturais, de modo a promover saúde e fomentar a vinculação com a equipe de profissionais residentes. De início, disponibilizamos instrumentos musicais no centro da praça para que as pessoas se aproximassem livremente e fizessem uso dos mesmos. Após diversas experiências exitosas, passamos a incluir outras artes, como pintura e fotografia. Em geral, não é realizado convite para participação nas atividades e a vinculação ocorre de forma espontânea.
Resultados A Praça do Ferreira abriga cerca de 300 pessoas que recebem muitas doações diariamente. Percebemos que a estratégia de abordagem pela não-abordagem, como denominamos, permite uma vinculação que não supõe a priori quais as necessidades do sujeito. A arte permite a construção de uma relação mais horizontal e aberta à dialogicidade. Através das experiências artísticas, colocamo-nos no território como profissionais de saúde, promovemos a autonomia e buscamos, caso a caso, fortalecer a rede de saúde.
Análise Crítica A (in)visibilização dos sujeitos em situação de rua leva à uma negligência dos serviços de saúde ou à uma atuação que não considera sua autonomia. Evidenciamos a arte não como meio para um fim, mas como a própria forma de realizar o trabalho em saúde. A arte não é vista como mera ferramenta, mas como parte intrínseca no processo de cuidado e promoção da saúde. Nossa abordagem pela não-abordagem aposta em um convite à experiência artística para os usuários e para os profissionais envolvidos.
Conclusões e/ou Recomendações Essas experiências nos permitiram diálogo com os sujeitos sobre suas percepções de saúde, saúde mental, redução de danos, planejamento familiar, garantia de direitos, mercado de trabalho, etc. A partir delas, é possível realizar um trabalho alinhado com os princípios do SUS, das reformas sanitária e psiquiátrica. Ações em saúde são pensadas, discutidas e efetuadas com a participação dos usuários envolvidos, através da educação popular em saúde.
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