29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC2p - Alimentação e Nutrição: Segurança Alimentar e Nutricional V |
21223 - PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À INSEGURANÇA ALIMENTAR NO CONTEXTO DA ATUAL CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA HAROLDO DA SILVA FERREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, NARITHANIA DE SOUZA COSTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, MAYARA OLIVEIRA DE ALENCAR SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, CÍCERO PÉRICLES DE OLIVEIRA CARVALHO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, MONICA LOPES DE ASSUNÇÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Apresentação/Introdução A economia brasileira está oficialmente em recessão desde 2014. Desde então, houve aumento na taxa de desemprego, elevação do preço dos alimentos, cortes nos orçamentos de programas sociais, entre outras situações relacionadas à segurança alimentar da população. Sob tais circunstâncias, o monitoramento contínuo da situação de insegurança alimentar é importante tanto em nível nacional como local.
Objetivos Identificar a prevalência e os fatores associados à insegurança alimentar (IA) em Alagoas, um dos estados mais pobres do Brasil, e discutir os resultados no contexto da atual crise econômica nacional.
Metodologia Estudo transversal com amostra probabilística (n=3366 famílias) representativa da população do estado de Alagoas. A insegurança alimentar, classificada como leve, moderada e grave, foi caracterizada com base na Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. As associações com as variáveis independentes que alcançaram nível de significância de até 20% (p<0,2 pelo teste qui-quadrado) na análise bruta foram submetidas a análise multivariável (análise de regressão de Poisson com ajuste robusto da variância). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (processo n.º 09093012.0.0000.5013).
Resultados A prevalência de IA foi de 58,3% (33,1%, 17,9% e 7,3% para as formas leve, moderada e grave, respectivamente), valor superior aos 34,6% encontrados em 2013 pelo IBGE antes do agravamento da crise econômica. Os fatores de risco independentemente associados à IA foram: chefe de família do sexo feminino ou sem acesso a qualquer renda, dona de casa com excesso de peso, família composta por 4 ou mais indivíduos, domicílio com 4 ou menos cômodos, renda familiar mensal inferior ao salário mínimo, família pertencente às classes de menor poder econômico (D ou E), usuária do programa Bolsa Família, residir em casa construída com material diferente de alvenaria e não ser proprietário do domicílio.
Conclusões/Considerações A prevalência de IA em Alagoas é muito alta, tendo havido aumento expressivo durante a atual crise econômica. Todos os fatores associados estão relacionados à maior vulnerabilidade social da família. Esses dados evidenciam a possibilidade real de que o País possa voltar a figurar no mapa mundial da fome da ONU, do qual o Brasil foi retirado há 4 anos, e contribui para compreender como condições nacionais influenciam a IA em nível domiciliar.
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