29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC2o - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais IX |
25736 - ELEVADAS RAZÕES ÔMEGA-6:ÔMEGA-3 DA DIETA SÃO ASSOCIADAS A GRUPOS DE MAIOR VULNERABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO DE BASE POPULACIONAL NATÁLIA SIMONIAN RODRIGUES VALENTE GHEDINI - UNIFESP, DANIELA DE ASSUMPÇÃO - UNICAMP, MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - UNICAMP, SEMÍRAMIS MARTINS ÁLVARES DOMENE - UNIFESP
Apresentação/Introdução O desequilíbrio no consumo dos ácidos graxos (AG) ômega-6 (n6) e ômega-3 (n3) está relacionado a processos inflamatórios que elevam o risco de desenvolvimento de Doenças Crônicas não Transmissíveis, e poucos são os estudos que avaliaram a ingestão de gordura pela população brasileira. Sabe-se que o perfil de consumo alimentar sofre influência das condições sociodemográficas em que os indivíduos estão inseridos.
Objetivos O objetivo deste estudo foi analisar as associações entre a razão n6:n3 da dieta e variáveis sociodemográficas.
Metodologia Tratou-se de uma investigação realizada a partir de dados secundários do ISA-Camp, um estudo transversal de base populacional, com amostra estratificada por conglomerados e em dois estágios, realizado entre 2008-09, no município de Campinas, SP, Brasil. A ingestão de gorduras foi estimada por meio do Recordatório de 24 Horas, e os dados foram digitados no software Nutrition Data System for Research. Na análise dos dados, foram calculadas as médias da razão n6:n3 segundo as variáveis independentes, pelo uso de regressão linear simples e múltipla, com nível de significância de 5%. Foram analisados os registros alimentares de 3.303 indivíduos, com idade igual ou maior que 10 anos.
Resultados Os resultados apontaram que quanto menor a idade (p <0,001), o número de equipamentos no domicílio (p = 0,032), e a renda (p = 0,011), maior o valor da razão n6:n3, sendo o mesmo observado entre indivíduos “não-brancos” (p = 0,008), quando comparados com indivíduos “brancos”, e entre indivíduos que não possuem plano de saúde (p = 0,031), revelando os grupos em que a ingestão de gorduras ômega-6 e ômega-3 é de maior risco. Também foi observado que quanto maior o número de pessoas no domicílio (p = 0,023), maior é a razão n6:n3. Não houve diferença significativa entre sexos.
Conclusões/Considerações A ingestão elevada de gorduras ômega-6, bem como a razão n6:n3, estão associadas a características sociodemográficas indicativas de risco alimentar, e pode ser mais uma abordagem para a avaliação de risco nutricional. Ao considerar o potencial pró-inflamatório da dieta que estes marcadores apontam, fica demonstrada a contribuição que esta variável alimentar para estudos sobre a qualidade da alimentação
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