29/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC2o - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais IX |
24562 - DIFERENÇA ENTRE AS REFEIÇÕES REALIZADAS POR MULHERES COM E SEM O BENEFÍCIO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA EM UMA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO.
JULIANA DE BEM LIGNANI - UFRJ, CAMILLA CHRISTINE DE SOUZA CHEROL - UFRJ, LÍVIA GOMES DE OLIVEIRA - UFRJ, ANA ALICE TABORDA - UFRJ, ANA LÚCIA PIRES AUGUSTO - UFRJ, ALEXIA ABREU RODRIGUES - UFRJ, ROSANA SALLES-COSTA - UFRJ
Apresentação/Introdução
O Programa Bolsa Família (PBF) objetiva reduzir a insegurança alimentar (IA) e garantir o acesso aos alimentos. A titularidade do PBF é preferencialmente feminina, pois normalmente as mulheres assumem o papel de responsável pelo cuidado da família. Assim, conhecer a condição alimentar das mulheres permite compreender o contexto da alimentação familiar.
Objetivos
Avaliar a realização de refeições de mulheres com e sem o benefício do PBF.
Metodologia
Estudo de painéis (base domiciliar) realizado em Campos Elíseos/Duque de Caxias-RJ, no período de 2014 a 2016. A amostra foi composta por 307 mulheres. Destas, 188 foram avaliadas antes de receberem o benefício do PBF e 119 já recebiam há pelo menos três meses. Foram avaliados os níveis de IA (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar) e a realização de refeições (tipo e número). Estimaram-se proporções (intervalos de confiança [IC] 95%) de IA e refeições diárias. Utilizou-se teste Qui-quadrado e Exato de Fisher (nível de significância de 5%) para avaliar a relação do número e tipo de refeições com o recebimento ou não do benefício por grau de IA. As análises foram realizadas no Stata 13.0.
Resultados
Quanto à realização de refeições diárias, entre as mulheres que ainda não recebiam o benefício do PBF a proporção de desjejum (18,7%IC95%13,7-25,0) e de jantar (8,5% IC95%5,3-13,5) foi significativamente menor quando comparada com o grupo que já recebia o valor do PBF ([desjejum:9,2%,IC95%5,2-16,0];[jantar:1,7%IC95%0,4-6,5]). Comparando o nível de IA e número de refeições diárias, entre as mulheres com IA grave, a proporção daquelas que consumiam 2 refeições ou menos /dia foi maior (23% IC95%14,6-42,7) entre as que ainda não recebiam o benefício, quando comparadas com aquelas que já o recebiam (4% IC95%0,5-24,4) (p-valor<0,05).
Conclusões/Considerações
Nas situações em que a fome está presente no domicílio (IA grave), o beneficio é capaz de aumentar o número de refeições entre as mulheres, as quais normalmente são as primeiras a abdicarem das refeições na família. Com isso, o incremento da renda pode melhorar a quantidade de alimentos consumidos no domicílio, sinalizando a importância da transferência de renda do PBF.
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