28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC2j - Alimentação e Nutrição: Pesquisa e aspectos teórico-metodológicos |
21224 - ORIGENS DESENVOLVIMENTISTAS DA SAÚDE E DA DOENÇA: UMA NOVA ABORDAGEM ANTROPOMÉTRICA PARA A IDENTIFICAÇÃO DE ADULTOS QUE SOFRERAM DESNUTRIÇÃO NO INÍCIO DA VIDA HAROLDO DA SILVA FERREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, ANTÔNIO FERNANDO XAVIER JUNIOR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS, MONICA LOPES DE ASSUNÇÃO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Apresentação/Introdução Desnutrição no início da vida (DIV) pode causar efeitos de longo prazo, aumentando a susceptibilidade às doenças crônicas. A baixa estatura em adultos tem sido usada como indicador de DIV. Porém, a baixa estatura nem sempre é causada pela desnutrição. Esta, quando incide nos primeiros anos de vida, pode reduzir a estatura do indivíduo, mas o crescimento da cabeça pode ser relativamente preservado.
Objetivos Indivíduos submetidos a DIV teriam proporções distintas entre sua respectiva estatura e perímetro da cabeça. Diante dessa hipótese, este estudo foi conduzido com o objetivo de validar um novo indicador antropométrico de desnutrição no início da vida.
Metodologia Os dados (antropométricos, bioquímicos e de pressão arterial) foram obtidos de uma amostra probabilística (n=3.109) representativa das mulheres do estado de Alagoas. Usando os valores de estatura e perímetro da cabeça, o Índice Cabeça-para-Estatura (ICE) foi calculado da seguinte forma: ICE = (perímetro da cabeça x 2,898)/Estatura. Um ICE > 1,028 (percentil 75) foi o melhor ponto de corte para prever a obesidade (melhor equilíbrio entre sensibilidade e especificidade, maior área sob a curva ROC e maior coeficiente de correlação). A força das associações com variáveis dependentes foi testada tanto para alta ICE quanto para baixa estatura (estatura ≤ 25º percentil: 153,1cm).
Resultados Na análise ajustada para fatores de confusão (idade, tabagismo e escolaridade), a força das associações entre as variáveis dependentes e o ICE elevado foram maiores que as entre as variáveis dependentes e baixa estatura. As razões de prevalências observadas (e IC95%) foram as seguintes, respectivamente (* p <0,05): obesidade: 2,61 (2,17-3,15)* vs. 1,09 (0,92-1, 28); obesidade abdominal: 2,11 (1,86-2,40)* vs. 1,42 (1,27-1,59)*; hipertensão arterial: 1,24 (1,02-1,50)* vs. 0,90 (0,75-1,08); hipercolesterolemia: 2,98 (1,47-6,05)* vs. 1,65 (0,91-2,99); e hipertrigliceridemia: 1,47 (1,07-2,03)* vs. 0,91 (0,69-1,21).
Conclusões/Considerações Um alto ICE é um indicador mais acurado de DIV do que baixa estatura. Enquanto esta pode ser determinada geneticamente, um perímetro cefálico desproporcionalmente grande se deve a adaptações à desnutrição, pois, sob tais circunstâncias, o crescimento da cabeça é relativamente preservado, o que não é tão evidente com outras partes do corpo. Portanto, propõe-se que, em vez da baixa estatura, o ICE >percentil 75 seja usado como indicador de DIV.
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