28/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC2i - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais VI |
22827 - PERFIL ALIMENTAR DA POPULAÇÃO BRASILEIRA DE ACORDO COM VARIÁVEIS SOCIOECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS, PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE (PNS), 2013.
JONAS EDUARDO MONTEIRO DOS SANTOS - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, LIZ MARIA DE ALMEIDA - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA, SANDRA PATRÍCIA CRISPIM - UFPR, MARIANNA DE CAMARGO CANCELA - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
Apresentação/Introdução
A transição epidemiológica se deve, em parte, às mudanças do perfil alimentar das populações, caracterizado por dietas nutricionalmente pobres. A compreensão dos perfis alimentares é complexa, contudo, permite a proposição de mudanças que impactam na prevalência de doenças e nos gastos com serviços públicos de saúde. Avaliar a dieta pelo padrão alimentar permite considerar todos estes aspectos.
Objetivos
Identificar os perfis alimentares da população brasileira e descrever as prevalências, segundo variáveis socioeconômicas e demográficas.
Metodologia
Estudo transversal, amostra complexa, baseado em dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Para derivar o perfil alimentar foi utilizada Análise Fatorial (AF) exploratória, pelo método dos componentes principais. A aplicabilidade do método foi definida pelo teste de esfericidade de Bartlett (p<0,05) e o coeficiente de Kaiser-Mayer-Olkin (>06). Cargas fatoriais >0,4 foram consideradas. O número de fatores a serem retidos foi determinado por autovalores >1 e o teste de scree plot. As variáveis resultantes foram dicotomizadas com base em suas medianas, e valores acima destas foram considerados como presença do perfil. As prevalências foram apresentadas considerando variáveis demográficas.
Resultados
Encontrou-se 3 perfis. O primeiro, composto por frutas, vegetais, saladas e sucos, teve maiores prevalências entre mulheres (57%), na região Sudeste (59,7%), em pessoas mais velhas, entre os mais ricos (70,7%) e moradores da zona urbana. No segundo, caracterizado por feijões e carnes, as prevalências foram maiores entre homens (62,1%), no Centro-Oeste, entre os mais jovens, zona rural, sem comorbidades, fumantes e com consumo excessivo de bebida alcoólica. O terceiro, constituído por lanches, refrigerantes e doces, foi mais prevalente no Sul (63,9%), em pessoas jovens, entre os mais ricos, zona urbana, maior nível educacional (68,1%), brancos (59,5), sem morbidades e não-fumantes (55,2%).
Conclusões/Considerações
A Análise Fatorial identificou 3 perfis bem distintos. As prevalências desses perfis para as variáveis socioeconômicas e demográficas mostraram-se diferentes entre si. O último perfil, constituído por alimentos de baixa qualidade nutricional, mostrou elevada prevalência em grupos populacionais específicos. Assim, conhecendo esses grupos, é possível planejar e propor políticas e ações de educação alimentar e nutricional direcionadas a este público.
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