28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC2h - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais V |
28906 - CONDIÇÃO SOCIAL MATERNA E PORTE POPULACIONAL DO MUNICÍPIO DETERMINAM O ACESSO DE LACTENTES PAULISTAS À DIETA RICA EM FERRO DANIELA NERI - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, LETÍCIA BERNARDES DE SOUZA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, MAYARA FREITAS DE OLIVEIRA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, ADRIANA PASSANHA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, MARIA HELENA BENICIO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Apresentação/Introdução O padrão alimentar de menores de 24 meses brasileiros está longe do recomendado. Introdução precoce da alimentação, baixo consumo de carnes e consumo precoce de alimentos ultraprocessados (AUP) ilustram o cenário. O ferro está presente em menor quantidade em AUP do que naqueles in natura ou minimamente processados. Sua deficiência está entre os problemas nutricionais de maior magnitude no mundo.
Objetivos O presente trabalho teve o objetivo de estudar os determinantes do baixo consumo de alimentos ricos em ferro entre lactentes paulistas no segundo semestre de vida.
Metodologia Foram utilizados os dados referentes aos municípios de São Paulo participantes da II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno (PPAM). A variável dependente foi o consumo de alimentos ricos em ferro, definida como o consumo de carnes e de feijão no dia anterior à entrevista do estudo. Para a identificação dos fatores associados ao baixo consumo de tais alimentos foi realizada análise de regressão Poisson com estrutura multinível. As razões de prevalência foram estimadas com ajuste estatístico para os múltiplos fatores inseridos no modelo: condição socioeconômica; características das mães; características dos lactentes; e porte populacional do município de residência.
Resultados As carnes e os feijões estiveram ausentes da dieta de quase 41% dos lactentes paulistas. A prevalência de consumo de carnes e feijões mostrou tendência de redução com a diminuição da escolaridade materna (p de tendência=0,033) e da faixa etária materna (p de tendência=0,021). Observou-se menor prevalência do consumo desses alimentos em filhos de mães primíparas e que não trabalham fora. Ademais, apesar do efeito das variáveis individuais, a variável contextual referente ao porte populacional do município mostrou relação dose-resposta negativa para o consumo de carnes e feijões (p de tendência<0,001).
Conclusões/Considerações Os lactentes filhos de mães com menor escolaridade, mais jovens, primíparas e que não trabalhavam fora, e aqueles residentes em municípios de menor porte populacional apresentaram menor chance de consumir alimentos ricos em ferro. É de fundamental importância a universalização de medidas estruturantes para a redução das desigualdades sociais e assim oportunizar que as crianças tenham acesso a alimentação adequada e saudável.
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