28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC2h - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais V |
26047 - DESIGUALDADE SOCIAL NO MUNICÍPIO E PREVALÊNCIA DO EXCESSO DE PESO DENTRE CRIANÇAS BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NATALIA PERELLA PROFT - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, ANA CLARA DA F L DURAN - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Apresentação/Introdução Quando estudados os determinantes sociais da saúde e nutrição as medidas de desigualdades sociais apresentam significativa importância. O excesso de peso entre crianças menores de cinco anos cresceram não apenas em países de renda alta, mas também em países de renda baixa e média. Em 2014, 41 milhões de crianças abaixo de cinco anos estavam com excesso de peso ou obesidade no mundo.
Objetivos O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre a variação na desigualdade de renda municipal e a prevalência de excesso de peso entre crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF) de até cinco anos nos municípios brasileiros em 2012.
Metodologia Estudo ecológico que utilizou os dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de peso para estatura das crianças beneficiárias do PBF de 0 a 5 anos em todos os municípios brasileiros. Excesso de peso foi definido como ≥ 2 desvios padrão. A variação da desigualdade de renda foi definida pela diferença do coeficiente de Gini entre 2010 e 2000 segundo dados do Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Utilizamos modelos de regressão linear ajustados para a cobertura da Estratégia de Saúde da Família (ESF) (dados disponibilizados pelo DATASUS/Ministério da Saúde) e renda per capita do município segundo o Censo 2010 (IBGE).
Resultados Considerando a agregação dos dados no nível das unidades da federação e o ajuste para renda per capita média municipal e cobertura da ESF nos municípios, encontramos que os municípios brasileiros onde houve maior aumento da desigualdade de renda (municípios no último quintil para a variação do coeficiente de Gini), a prevalência de excesso de peso foi 0,01 pontos percentuais inferior à prevalência de excesso de peso nos municípios onde a desigualdade de renda apresentou maior queda (municípios no primeiro quintil para variação do coeficiente de renda (-0,010; IC95% -0,020;-0,001).
Conclusões/Considerações Nesta analise ecológica, encontramos que nos municípios que apresentaram maior aumento da desigualdade de renda no Brasil entre 2000 e 2010, a prevalência de excesso de peso em 2012 entre crianças beneficiárias do PBF foi menor. Outros fatores associados ao aumento da exposição a alimentos ultraprocessados e a cuidados de saúde merecem ser investigados em análises futuras.
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