28/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC2g - Alimentação e Nutrição: Atenção nutricional II |
23822 - ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO NUTRICIONAL NO SUS: UMA ANÁLISE DA DIRETRIZ DA POLÍTICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO A PARTIR DA INTEGRALIDADE DO CUIDADO EM SAÚDE KELLY POLIANY DE SOUZA ALVES - IMS/UERJ, RUBEN ARAUJO DE MATTOS - IMS/UERJ
Apresentação/Introdução A primeira diretriz da Política Nacional de Alimentação e Nutrição define que os cuidados relativos à alimentação e nutrição para promoção e proteção da saúde, prevenção, tratamento e reabilitação de agravos devem contribuir para uma rede integrada, resolutiva e humanizada de cuidados. É necessário analisar se as orientações desta diretriz convergem para a integralidade do cuidado em saúde.
Objetivos Esse trabalho tem o objetivo de analisar as orientações da diretriz sobre organização da atenção nutricional da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e sua relação com a integralidade do cuidado em saúde.
Metodologia Este estudo deriva de um trabalho de doutorado e foi realizado a partir da análise documental da PNAN, tendo como foco o texto da sua primeira diretriz – organização da atenção nutricional. Utilizando a abordagem qualitativa, identificamos no texto as orientações relacionadas à organização dos serviços de saúde e/ou às práticas dos profissionais para a atenção nutricional que fossem convergentes com as premissas da integralidade do cuidado em saúde. Nessa análise consideramos como premissas da integralidade a apreensão ampliada das necessidades de saúde dos sujeitos e a dimensão dialógica entre os profissionais dos serviços de saúde e esses sujeitos.
Resultados Identificamos ambivalências no texto da diretriz. Numa perspectiva favorável a integralidade há orientações acerca da consideração das singularidades dos sujeitos e dos seus modos de vida nas práticas de cuidado. No entanto, há orientação sobre a priorização das demandas e necessidades de saúde de maior frequência e relevância na organização dos serviços, que podem restringir a percepção das necessidades em torno dos piores indicadores ao invés de ampliá-la, pondo em risco a integralidade. Uma vez que pode reduzir sujeitos a objetos de intervenções voltadas para a normalização de um parâmetro biomédico, descuidando de suas singularidades e das determinações sociais de seus modos de vida.
Conclusões/Considerações A integralidade do cuidado em saúde exige uma apreensão ampliada das necessidades de saúde dos sujeitos numa perspectiva dialógica. A diretriz analisada aponta orientações ambivalentes, que reforçam as premissas da integralidade, mas que também a põe em risco. É preciso investigar como essas orientações estão sendo postas em prática e analisar se contribuem para a produção de cuidado integral em saúde ou para um descuido com a vida do outro.
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