28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO2n - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais VII |
27240 - CONTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA DOS PRODUTOS ULTRAPROCESSADOS NAS REFEIÇÕES REALIZADAS POR ADOLESCENTES ALANA MOURA QUINTANS FELIX - UNICAMP, DANIELA DE ASSUMPÇÃO - UNICAMP, SAMANTHA DALBOSCO LINS CARVALHO - UNICAMP, SUZY FERREIRA DE SOUSA - UNICAMP, ANTONIO DE AZEVEDO BARROS FILHO - UNICAMP, MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - UNICAMP
Apresentação/Introdução Os alimentos in natura ou minimamente processados e as preparações culinárias feitas com esses alimentos vêm sendo, cada vez mais, substituídos pelos produtos ultraprocessados (UP). A omissão ou a troca das principais refeições por lanches rápidos tem sido uma prática comum entre os adolescentes, relacionada ao crescimento expressivo das doenças crônicas não transmissíveis.
Objetivos Avaliar a contribuição energética dos produtos alimentícios ultraprocessados nas refeições realizadas por adolescentes de 10 a 19 anos.
Metodologia Os dados provêm dos inquéritos domiciliares de base populacional do município de Campinas (ISACamp 2014/15 e ISACamp-Nutri 2015/16). O consumo alimentar foi avaliado por meio do Recordatório de 24 horas. Os alimentos foram agrupados de acordo com o grau de processamento, baseado na classificação sugerida pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, de 2014. Foi obtida a frequência semanal de consumo das todas as refeições diárias. Foram estimadas as médias da contribuição energética dos itens alimentícios ultraprocessados por refeição e os intervalos de confiança de 95%, pelo uso de regressão linear (p<0,05). Ambos os projetos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNICAMP.
Resultados A contribuição energética proveniente dos UP chegou a 32% no café da manhã, 34% no lanche da manhã, 31% no almoço, 32% no jantar e 34% na ceia. As meninas tiveram maior consumo de UP no café da manhã, almoço e jantar (p < 0,05), em comparação aos meninos. Quanto à atividade ocupacional, os adolescentes que trabalhavam mostraram percentuais inferiores de UP no lanche da manhã (p < 0,005), almoço (p < 0,05), lanche da tarde (p < 0,005) e jantar (p < 0,05). O aumento da escolaridade do chefe da família foi acompanhado da maior ingestão de UP no almoço, com diferença significativa entre os adolescentes do estrato de 12 anos ou mais (34,0%) em relação ao de até sete anos de estudo (29,4%).
Conclusões/Considerações Observou-se que os alimentos ultraprocessados contribuem de modo significativo na alimentação dos adolescentes, com piores resultados para o sexo feminino e para os segmentos de melhor nível socioeconômico. São necessários reforços nas políticas públicas com enfoque na alimentação saudável, em especial para os adolescentes, destacando a importância de reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, priorizando aqueles in natura.
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