27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO2k - Alimentação e Nutrição: Segurança Alimentar e Nutricional III |
28669 - O PAPEL DAS MULHERES NA PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA E PROMOÇÃO DA SAÚDE NAS PROPRIEDADES INTEGRANTES DA REDE ECOVIDA DE AGROECOLOGIA – NÚCLEO LITORAL CATARINENSE. ELOYSA NEZELLO MOSIMANN - UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ, MARIA DE FÁTIMA OLIVEIRA ANTUNES - UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
Apresentação/Introdução O Brasil é o campeão mundial no uso de agrotóxicos, gerando doenças, afetando de maneira negativa a qualidade nutricional dos alimentos e causando problemas sociais e ambientais. Destaca-se a importância de fomentar um sistema agroalimentar ecológico, viabilizando as condições para a reprodução da agricultura familiar com enfoque na agroecologia, na alimentação saudável e na promoção da saúde.
Objetivos Diante da relevância atribuída à mulher no contexto da agroecologia, objetivou-se analisar as percepções e o papel das mulheres agricultoras da rede de agroecologia ECOVIDA, em relação à produção e preparo de alimentos para o consumo da família.
Metodologia Trata-se de estudo qualitativo no qual foram aplicadas entrevistadas estruturadas áudio gravadas com 11 mulheres que integram os Grupos Rio Cristina e Arca da rede ECOVIDA de agroecologia-Núcleo Litoral Catarinense. A amostragem foi definida de forma simples e por proximidade geográfica do município de Itajaí. A coleta de dados foi realizada entre novembro de 2016 e março de 2017, diretamente nas propriedades rurais, em local reservado, permitindo a privacidade necessária. O instrumento de coleta de dados foi um roteiro de entrevista estruturado com 26 questões elaboradas especificamente para o público. As entrevistas foram transcritas e analisadas através da análise de conteúdo.
Resultados Constatou-se que as agricultoras fazem uma inter-relação entre saúde, alimento orgânico, alimentação saudável e ausência de agrotóxicos. As mulheres exercem diversas atividades relacionadas ao cultivo, processamento e venda dos alimentos, ressaltando a centralidade de seu papel. Constatou-se que 55% (n=6) das entrevistadas migraram da zona urbana para o campo, o que pode contribuir para a Segurança Alimentar e Nutricional, pois as cidades são dependentes do meio rural para produção de alimentos. Os dados sugerem que a necessidade de produzir uma maior variedade para comercialização serviu de incentivo para o autoconsumo, para incorporar hábitos alimentares saudáveis e diversidade na dieta.
Conclusões/Considerações A partir dos resultados considera-se que as agricultoras da rede Ecovida são “produtoras de saúde”, na medida em que produzem, comercializam e consomem alimentos agroecológicos, contribuindo para a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais, com repercussões positivas na saúde no meio rural e urbano, bem como na promoção da saúde.
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