Comunicações Orais

27/07/2018 - 13:10 - 14:40
CO2i - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais IV

25022 - ASSOCIAÇÃO ENTRE O GANHO DE PESO NO 1º TRIMESTRE GESTACIONAL E DESFECHOS MATERNOS E INFANTIS
NATHALIA CRISTINA DE FREITAS COSTA - INJC/ UFRJ, ISABELA GASPAR - INJC/ UFRJ, MÔNICA BATALHA - INJC/ UFRJ, THAIS RANGEL - INJC/ UFRJ, GILBERTO KAC - INJC/ UFRJ

Apresentação/Introdução
Estudos têm avaliado a relação entre o ganho de peso gestacional (GPG) no 1º trimestre e a ocorrência de desfechos maternos e infantis. Entretanto, são escassos os estudos brasileiros que avaliaram se o GPG no 1º trimestre está associado ao peso ao nascer e à retenção de peso pós-parto (RPP).


Objetivos
Avaliar a associação entre o GPG no 1° trimestre com o nascimento de crianças grandes para a idade gestacional (GIG) e com a RPP.


Metodologia
Uma coorte prospectiva com 155 gestantes (20-40 anos) foi avaliada no Rio de Janeiro. O GPG foi calculado a partir da diferença entre o peso aferido no 1° trimestre e o peso pré-gestacional (PPG) relatado, e analisado de forma continua e categórica, de acordo com a recomendação do IOM. A RPP foi calculada a partir do peso aferido no pós-parto (30-45 dias) menos o PPG. Foram definidas como GIG crianças ≥ percentil 90 do peso ao nascer da curva padrão do Intergrowth-21st. Modelos de regressão linear e logística ajustados por variáveis de confusão (paridade, estatura, IMC pré-gestacional, consumo de álcool, escolaridade, cor da pele, idade gestacional no parto e amamentação) foram utilizados.


Resultados
As mulheres apresentaram em média (Desvio-padrão) 26,9 (5,6) anos e GPG no 1° trimestre de 1,4 (3,8) kg; 53,8% apresentaram IMC pré-gestacional normal e 44,8% excesso de peso; e 41,2% apresentaram GPG abaixo das recomendações no 1º trimestre. A prevalência de GIG foi de 16,7%. A RPP média foi de 4,4 (5,1) kg e 94,8% das mulheres estavam amamentando. O GPG no 1º trimestre foi diretamente associado à RPP (β=0,946, p<0,001). Também se observou associação inversa entre GPG abaixo das recomendações e a RPP (β=-5,081, p<0,001). Não se observou relação estatisticamente significativa entre o GPG e a ocorrência de crianças GIG.


Conclusões/Considerações
Quanto maior o GPG no 1º trimestre maior a RPP e o GPG abaixo das recomendações associou-se inversamente à RPP. Mais estudos são necessários sobre o efeito do GPG no 1º trimestre e a ocorrência de outros desfechos maternos e infantis adversos.

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