27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO2h - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais III |
23670 - TENDÊNCIA TEMPORAL DA PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO NA REGIÃO NORDESTE ENTRE LACTENTES E PRÉ-ESCOLARES BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NYKHOLLE BEZERRA ALMEIDA - UFAL, LAÍS GOMES LESSA VASCONCELOS - UFAL, JONAS AUGUSTO CARDOSO DA SILVEIRA - UFAL
Apresentação/Introdução Sistemas de Informação são ferramentas essenciais para a tomada de decisão em saúde, especialmente quando os dados disponíveis permitem traçar tendências temporais. A obesidade infantil tem se tornado uma característica da sociedade brasileira, com isso, destaca-se a importância do monitoramento contínuo, estratificando-se por faixa etária, especialmente populações em situação de vulnerabilidade.
Objetivos Avaliar a tendência temporal do excesso de peso (EP) entre lactentes (0–23 meses) e pré-escolares (24–59 meses) assistidos pelo Programa Bolsa Família na região Nordeste entre os anos de 2008 e 2016.
Metodologia Série temporal do EP em lactentes e pré-escolares de ambos os sexos da região Nordeste, referente aos anos de 2008 a 2016. Os dados foram oriundos dos relatórios anuais do estado nutricional de crianças registradas no sistema de gestão do Programa Bolsa Família (PBF), disponíveis no Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Web (SISVAN; n=11.307.440). O EP foi avaliado a partir do índice peso-para-idade, categorizado como escore-Z > +2DP. A análise de tendência foi realizada por meio de regressão múltipla, tendo como variáveis independentes o estado, a faixa etária e o ano, estas duas últimas combinadas com termo de interação. A análises dos dados agregados foram realizadas no Stata 13.
Resultados Os estados apresentaram padrão similar na variação do EP ao longo dos anos em ambos os grupos etários. Observou-se redução na prevalência do EP entre lactentes (2008: 12,7%; 2016: 10,5%), apresentando uma tendência anual de -0,26 pp (p=0,002). Já entre os pré-escolares, no mesmo período, ocorreu aumento de 7,1% para 8,9%, indicando uma tendência de aumento de 0,23 pp/ano (p=0,008). Apesar desta redução entre os lactentes, a prevalência de EP em 2016 nessa população ainda é superior ao observado entre os pré-escolares. Por fim, destaca-se Pernambuco, estado mais desenvolvido economicamente da região, que apresentou a maior prevalência de EP em toda série histórica para ambos grupos etários.
Conclusões/Considerações Identificamos padrões distintos na tendência temporal de EP entre crianças <59 meses beneficiárias do PBF, dado que houve aumento entre pré-escolares e redução entre lactentes, fatos que podem estar relacionados com a duração do aleitamento materno, a introdução alimentar e padrão de consumo da família. Assim, a análise de dados do SISVAN aponta para a necessidade do fortalecimento de ações de educação alimentar e nutricional na atenção básica.
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