27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO2h - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais III |
22962 - INADEQUAÇÃO DO CONSUMO DE NUTRIENTES E ASSOCIAÇÃO COM PERFIL LIPÍDICO DE ESCOLARES COM EXCESSO DE PESO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO VIVIANE BELLUCCI PIRES DE ALMEIDA - UNIFESP, DANIELA DE ASSUMPÇÃO - UNICAMP, ANDREA ROCHA FILGUEIRAS - UNIFESP, POLLYANNA FERNANDES PATRIOTA - UNIFESP, ANA LYDIA SAWAYA - UNIFESP, SEMÍRAMIS MARTINS ÁLVARES DOMENE - UNIFESP
Apresentação/Introdução A considerar os estudos que avaliam a contribuição do consumo alimentar para o excesso de peso, fica evidente que este desfecho é resultado da má qualidade da composição da dieta. É comum entre os escolares o consumo de dietas com elevado teor de gorduras, açúcares e sódio. A ingestão excessiva de alimentos ultraprocessados também é predominante nos estudos sobre alimentação desta população.
Objetivos Estimar o consumo de energia e a prevalência de inadequação da ingestão de nutrientes e associar o consumo dos nutrientes com perfil lipídico de escolares com excesso de peso.
Metodologia Trata-se de um estudo transversal com amostra de 149 escolares de 8 a 11 anos do município de São Paulo. Foram selecionados indivíduos com excesso de peso, Índice de Massa Corporal para idade >1 escore z. A ingestão alimentar foi estimada a partir da aplicação de Questionário de Frequência Alimentar; as prevalências de inadequação foram estimadas segundo sexo e faixa etária para identificar o consumo abaixo da necessidade média estimada (Estimated Average Requirement- EAR). Foi realizado exame bioquímico para avaliar o perfil lipídico dos escolares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de São Paulo (CAAE 34304714.4.0000.5505).
Resultados O consumo médio diário de energia foi 2.032 Kcal. Os carboidratos forneceram 51,2% da energia total, as proteínas 15,5% e as gorduras 33,3%. As maiores prevalências de inadequação foram observadas para cálcio (> 81%); vitamina D (> 94%) e gordura saturada, fibra alimentar e açúcar de adição (> 97%). Todos os escolares apresentaram ingestão de ômega 6 acima do recomendado e consumo de sódio superior à quantidade máxima tolerável. O consumo de alimentos ultraprocessados (UP) representou 36% do total da energia. O consumo de fibras alimentares entre os escolares com alteração nas dosagens de colesterol total >150mg/dl foi de 16,94 g e de 18,53 g nos indivíduos com dosagens normais (p = 0,03).
Conclusões/Considerações Observou-se elevadas prevalências de inadequação no consumo de sódio, de gorduras saturadas, ômega 6 e açúcar de adição. Em relação a fibra foi encontrada associação entre o consumo menor de fibra e dosagem de colesterol total elevada. Estes resultados podem estar relacionados com o consumo de alimentos UP e reforçam a recomendação do Guia Alimentar para População Brasileira de que esses produtos devem ser evitados.
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