27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO2h - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais III |
22323 - ABORDAGEM SISTÊMICA PARA O EXCESSO DE PESO EM CRIANÇAS DE ÁREAS URBANAS CARENTES SUELI ROSA GAMA - ENSP/FIOCRUZ, AMANDA DE CARVALHO MELLO - FIOCRUZ, MARILILA SÁ CARVALHO - PROCC/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução O enfrentamento da epidemia de obesidade deve ser revisto. As causas desse fenômeno estão bem documentadas em diversos estudos, mas se reconhece a limitada eficácia da intervenção individual. Este é um problema complexo, com múltiplos fatores intrincados em cadeias cíclicas interagindo entre si, gerando uma enorme estabilidade de difícil intervenção preventiva. É necessário novas abordagens.
Objetivos Analisar a questão da crescente prevalência do excesso de peso na infância, na ótica da atenção primária, a partir da compreensão ampla do contexto sistêmico que gera e perpetua o problema, utilizando abordagem oriunda da ciência de sistemas.
Metodologia Utilizou-se a abordagem qualitativa, metodologia direta multinível (MDM), originada da denominada soft system science na modelagem do sistema “Excesso de peso na infância e a atenção primária”. O método trabalha a definição de um sistema a partir de uma visão total que mantém relações com sistemas externos e é composto por subsistemas internos. Gerou-se um mapa conceitual amplo, rigoroso, com potencial de orientar a intervenção em situações nas quais estão presentes diferentes agentes e interesses. A análise baseou-se na realidade da Atenção Primária no Complexo de Manguinhos/RJ. O grupo etário escolhido foi o de crianças pré-púberes, entre final da amamentação e início da adolescência.
Resultados Foram definidos seis grandes sistemas externos (“Política de Alimentação e Nutrição”, “Gestão Pública”, “Sistema Social e Econômico”, “Sistema de Produção e Comercialização de Alimentos”, “Grande Mídia” e “Condicionantes Anteriores”), que se ligam a cinco subsistemas internos (“Criança”, “Família”, “Micro-ambiente”, “Escola” e “Atenção Básica”). Definiu-se os relacionamentos entre os subsistemas contribuindo para identificar os possíveis pontos de intervenção. Os sistemas “Escola” e o “Atenção Básica” pouco influenciam a obesidade no contexto analisado. Entretanto, os sistemas externos têm grande influência.
Conclusões/Considerações O modelo aponta claramente as limitações e pouca influência da atenção primária na intervenção sobre o problema. É necessário estimular ações que intervenham sobre os determinantes externos, principalmente as que envolvam pressão política e popular, participação essa que pode ser estimulada e apoiada pelo setor saúde como um todo. .
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