26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO2d - Alimentação e Nutrição: Corpo e subjetividade |
21240 - VIVER COM BULIMIA – NETNOGRAFIA COM UM GRUPO DE JOVENS MARIA ELISA GONZALEZ MANSO - PUC E CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO, LEONARDO GARCIA GÓES - CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO, GABRIELA TERZIAN GANADJIAN - CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO, LUIZA TRAVASSOS DA ROSA NETTO - CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO, ROBERTA COSTA RAMOS - CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO, DÉBORAH BUSO PICCINALLI MARIETTO - CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO CAMILO
Apresentação/Introdução A mídia e as redes sociais reforçam a ideia do corpo perfeito, impondo padrões de beleza que passam a ser tidos como naturais. Na Bulimia Nervosa, a comida e o peso corporal se convertem nos eixos que guiam os pensamentos dos indivíduos, sendo o corpo percebido como fonte de tensão: quando magro é associado à perfeição e felicidade, e, quando considerado gordo, com nojo e infelicidade.
Objetivos Conhecer como um grupo de jovens portadores do transtorno alimentar bulimia nervosa compartilha e vivencia suas experiências nas redes sociais e como veem sua imagem corporal.
Metodologia O trabalho foi realizado sob os pressupostos da pesquisa netnográfica. Foi criado um grupo fechado na rede social Facebook® formado por 19 portadores de bulimia recrutados em grupos abertos da mesma rede. Convivemos durante 3 meses com os inscritos, colhendo seus depoimentos e interagindo diariamente. Os integrantes do grupo também interagiram entre si e estas interações também foram registradas. As interações foram compiladas, a leitura das transcrições foi realizada e as narrativas foram então agrupadas em categorias: Como sente seu corpo, O que é um corpo gordo, Distorção da imagem corporal, Relação com a família, Comportamentos compensatórios.
Resultados Notamos que os portadores de bulimia por nós acompanhados durante a pesquisa apresentam um padrão alimentar cíclico, que alterna dietas restritivas e compulsão alimentar; possuem uma grande insatisfação com a imagem corporal e que o temor do “corpo gordo” faz com que vários mecanismos compensatórios sejam utilizados. Ideações suicidas, ideias de mutilação corporal e tendência ao consumo abusivo de álcool foram narrados. As famílias deste grupo de jovens, com idades que variaram entre 19 e 30 anos, apresentam grande dificuldade de compreender o transtorno alimentar, tendo sido narradas relações familiares conflituosas, com pouco afeto e respeito entre seus membros e comunicação empobrecida.
Conclusões/Considerações As redes sociais são hoje um veiculo de comunicação muito utilizado por portadores de afecções que compartilham suas experiências on-line. No caso da bulimia nervosa, este padrão de repete. No grupo por nós acompanhado chamou a atenção as relações familiares conflituosas e a imagem corporal altamente distorcida que estes jovens possuem, bem como a cronicidade do transtorno e a pouca procura de auxílio para seu transtorno.
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