26/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO2c - Alimentação e Nutrição: Estudos epidemiológicos de grupos populacionais I |
27862 - O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS COMO SUBSTITUTOS DAS REFEIÇÕES PRINCIPAIS: UMA ANÁLISE DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DE 2013. LHAIS DE PAULA BARBOSA MEDINA - UNICAMP, MARGARETH GUIMARÃES LIMA - UNICAMP, DANIELA DE ASSUMPÇÃO - UNICAMP, MARILISA BERTI DE AZEVEDO BARROS - UNICAMP
Apresentação/Introdução Segundo o Guia Alimentar do Brasil, os alimentos ultraprocessados são aqueles com elevado teor de energia, açúcar, sódio e gorduras. O consumo destes alimentos está associado ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis e representa prejuízos à manutenção do padrão alimentar tradicional brasileiro, especialmente quando substitui refeições importantes como o almoço e o jantar.
Objetivos Estimar a prevalência e as razões de prevalências do consumo de sanduíches, salgados e pizzas como substitutos das refeições principais, almoço e jantar, na população brasileira com 18 anos ou mais, segundo segmentos sociais de renda e escolaridade.
Metodologia Utilizaram-se os dados da PNS – 2013, caracterizada como estudo transversal, de base domiciliar que avaliou amostra de 60.202 brasileiros com idade ≥18 anos. Os dados de consumo alimentar foram obtidos do Questionário de Frequência Alimentar que compôs o instrumento individual aplicado aos moradores sorteados. Foram estimadas as prevalências e os IC95% do consumo, em 3 ou mais dias da semana, de sanduíches, salgados ou pizzas como substitutos das refeições almoço e jantar. Além disso, foram calculadas as razões de prevalências brutas e ajustadas a partir das regressões simples e múltipla de Poisson, com nível de significância de 5%, para comparar os estratos de renda e escolaridade.
Resultados Foi observada prevalência global do consumo de sanduíches, salgados e pizzas de 13,6%, sendo 12,7% entre os homens e 14,3% entre as mulheres. Nos estratos com renda familiar per capita >0,5 salário mínimo foram observadas prevalências superiores quando comparados aos mais pobres: RP=1,64 no grupo de 0,5 a <1 SM; RP=2,57 no grupo de 1 a <3SM e RP=3,37 no estrato de renda superior a 3 SM. Para escolaridade, padrão semelhante foi verificado, mantendo gradiente de associação. Nos grupos mais escolarizados, a prevalência do consumo destes alimentos foi maior, chegando a uma RP=2,34 entre os indivíduos com curso superior, quando comparados aos de menor nível de escolaridade.
Conclusões/Considerações Foram verificadas diferenças no consumo de ultraprocessados, sendo os grupos de melhor nível socioeconômico, os que apresentaram as maiores prevalências. A ingestão frequente de sanduíches, salgados e pizzas representa um fator de risco para DCNTs e, embora a população mais favorecida apresente melhor padrão alimentar para indicadores como o consumo dos in natura, por exemplo, este estudo identificou pior perfil no comportamento analisado.
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