29/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC21e - Soluções para o trabalho: relatos e análises |
28401 - MOBILIZANDO COMPETÊNCIAS: MAIS MÉDICOS OU MAIS SAÚDE? JULIANA GOULART SOARES DO NASCIMENTO - UFJF/GV, ALLAN CLAUDIUS QUEIROZ BARBOSA - UFMG, THIAGO AUGUSTO HERNANDES ROCHA - UFMG
Apresentação/Introdução Este trabalho nasceu de uma inquietação associada ao Programa Mais Médicos (PMM) e sua relação com a qualidade dos serviços prestados à população pelos profissionais de outros países, quando comparados aos profissionais brasileiros. O presente trabalho objetivou avaliar, segundo a lógica de competências profissionais, diferenças no processo de oferta de cuidado junto aos profissionais de PMM.
Objetivos O objetivo geral do trabalho foi explicitar se há diferenças entre médicos do PMM e médicos que não são do PMM, quanto à mobilização de competências para a oferta de cuidados primários em saúde.
Metodologia O presente trabalho se classifica como ecológico, de natureza transversal com fins exploratórios. Utilizaram-se neste trabalho os procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e survey. Foram utilizados dados do segundo ciclo da avaliação externa do PMAQ referentes aos módulos de processo de trabalho e de satisfação do usuário. Foram analisados dados de 27.086 Equipes de Atenção Básica no Brasil e 58.875 usuários. A comparação entre à mobilização de competências (relacionadas a atenção, a gestão e educação em saúde bem como satisfação do usuário) foi realizada por meio de testes comparativos de proporção de Qui-Quadrado (X²) e ou teste t, para variáveis numéricas.
Resultados As competências apresentaram resultados com grande disparidade de entregas entre si bem como entre as regiões do país. O PMM tem bons elementos para inferir que o programa em seu eixo de Educação, pode estar apresentando transformações curriculares. Também os médicos que estiveram no programa nos ciclos analisados apresentaram excelentes resultados, de forma comparativa. Este estudo apurou que não há sentido em se formar médicos com base em um currículo voltado para competências se não for avaliada a entrega desses médicos quanto de sua mobilização, em termos de inteligência prática, nas situações que lhes são apresentadas no cotidiano do trabalho, por meio também da análise de competência.
Conclusões/Considerações Embora as proposições aqui formuladas, não esgotem o debate, é importante situar, ainda, que futuras pesquisas devem investigar a temática com base em análise de natureza qualitativa. Em síntese, o sucesso do PMM vai além do provimento emergencial, mas ajustes são necessários em diferentes esferas para torná-lo efetivamente capaz de gerar mais saúde para todos.
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