29/07/2018 - 08:00 - 09:50
COC21e - Soluções para o trabalho: relatos e análises |
23977 - O CUIDADO PARA ALÉM DOS ARRANJOS TECNOLÓGICOS OPERADOS NO MUNDO DO HOSPITAL ADMINISTRADO
LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA CECILIO - UNIFESP, ROSEMARIE ANDREAZZA - UNIFESP, NELMA LOURENÇO DE MATOS CRUZ - UNIFESP, LUCIANA SOARES DE BARROS - UNIFESP, ANA LÚCIA MEDEIROS DE SOUZA - UNIFESP, NICANOR RODRIGUES DA SILVA PINTO - UNIFESP, ELIANE CARDOSO ARAUJO - UNIFESP, ALLAN GOMES - UNIFESP, BEATRIZ DE ALMEIDA SIMMERMAN - UNIFESP, MARIANA CABRAL SCHVEITZER - UNIFESP, SANDRA MARIA SPEDO - UNIFESP, OLIVIA FÉLIX BIZETTO - UNIFESP, JORGE HARADA - UNIFESP, MARIANA FONSECA PAES - UNIFESP, DENIZI OLIVEIRA REIS - UNIFESP, TIAGO CORREIA - INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA, GRAÇA CARAPINHEIRO - INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA, ADEMAR ARTHUR CHIORO DOS REIS - UNIFESP
Apresentação/Introdução
Nos hospitais de urgência e emergência (HUE) se manifestam fenômenos de demanda excessiva, insatisfação dos usuários e adoecimento das equipes. Arranjos tecnológicos como "Classificação de Risco-Manchester" e o "Kanban", operados a partir do trabalho multiprofissional e da horizontalidade da atenção, têm sido experimentados como aposta para aprimorar a decisão clínica e a coordenação do cuidado.
Objetivos
Analisar os processos de gestão do cuidado num HUE, compreendendo o funcionamento de arranjos tecnológicos (Protocolo de Manchester e o Kanban) implementados com a expectativa de superar a fragmentação e a descontinuidade da assistência à saúde.
Metodologia
Apresenta os resultados parciais da pesquisa “Arranjos Tecnológicos de Gestão do Cuidado em um Hospital de Pronto Socorro, de caráter qualitativo, tipo estudo de caso, financiado pela FAPESP/PPSUS, conduzido pelo grupo de pesquisa implicado com o desenvolvimento de investigações no e para o SUS. O estudo está sendo realizado em um hospital municipal localizado no ABCD, que nos últimos anos implementou arranjos tecnológicos de gestão do cuidado fundamentado nas premissas técnicas da Rede de Atenção às Urgências. As principais técnicas de coleta de material empírico são a observação participante com produção de diários de campo e narrativas, além de entrevistas com gestores e equipes.
Resultados
Os arranjos tecnológicos são reconhecidos pelas equipes e gestores como dispositivos que organizaram o processo de trabalho, co-responsabilizaram as equipes e qualificaram o cuidado. Para além de protocolos e normas que impactam no modo de cuidar e agilizar a alta hospitalar, observou-se que as equipes reconfiguram esses dispositivos/lugares para a produção de cuidado a partir das demandas dos pacientes, não necessariamente previstas e normalizadas nos instrumentos gerenciais. Há, portanto, uma multiplicidade de arranjos micropolíticos operando para além do mundo administrado, que subvertem a ordem prevista, criando a possibilidade da produção de melhor cuidado.
Conclusões/Considerações
A primeira aproximação analítica da pesquisa em curso, que procura caracterizar as relações dos trabalhadores e usuários a partir dos arranjos estudados, apresenta resultados que fogem ao censo comum quando se pensa o cuidado em HUE. Manchester e Kanbam impactam positivamente na organização do processo de trabalho, mas não são capazes, por si, de explicar todas as complexas dimensões que estão sendo operadas no mundo do cuidado.
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