27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC21a - Atenção básica: vivências e desafios |
28875 - TRABALHO EM EQUIPE NA ATENÇÃO BÁSICA: EM PROCESSO OU RETROCESSO? ANGELICA FERREIRA FONSECA - FIOCRUZ/ ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO, MARCIA VALÉRIA GUIMARÃES CARDOSO MOROSINI - FIOCRUZ/ ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO, FILIPPINA CHINELLI - FIOCRUZ /ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO
Apresentação/Introdução A temática do estudo são os modos como vem sendo construídos hiatos entre o discurso de valorização do trabalho em equipe na atenção básica e a implementação de dispositivos de gestão que conduzam à sua efetivação na prática. Busca-se uma reflexão que articule a configuração do cotidiano de práticas com as implicações produzidas por formas de gestão, que expressam as induções das macropolíticas da saúde.
Objetivos Analisar a articulação entre práticas de gestão e processo de trabalho , sobretudo as dinâmicas de organização e relações profissionais, dialogando com as novas orientações da PNAB 2017 discutindo seus desdobramentos sobre o trabalho em equipe.
Metodologia investigou-se o processo de trabalho de auxiliares/técnicos de enfermagem, ACS, auxiliares/técnicos em saúde bucal e agentes de combate a endemias, em 16 municípios com cobertura pela ESF maior ou igual a60%, assim distribuídos: 1 na região norte, 7 na nordeste, 3 na centro oeste, 2 na sul e 3 no sudeste. Foram incluídas 4 capitais: Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e Goiânia. Adotamos a noção de “trabalho em equipe” como um pressuposto para a reorganização do processo de trabalho, conforme apresentado por Peduzzi (2008).Analisou-se a PNAB 2017, buscando identificar articulações entre os achados do estudo empírico e a perspectivas postas por essa política.
Resultados identificou se uma desestabilização do trabalho em equipe por meio das seguintes práticas: supressão dos espaços de reunião de equipe, tornando-os secundários na agenda de atividades dos serviços; subtração da dimensão de aprendizagem sobre e a partir do processo de trabalho para abordar, quase exclusivamente, o tema do cumprimento de metas verticalmente estabelecidas; redução quantitativa e irregularidade de atividades vinculadas a programas de educação permanente. ganharão novo impulso com a PNAB 2017 pela alteração da composição das equipes e a instauração formal de regimes de carga horária permitindo que tenham profissionais com apenas 10 horas de trabalho na ESF.
Conclusões/Considerações antes da AB ter alcançado uma consolidação do processo de trabalho tendo como foco a equipe, estão em curso ações que fragilizam essa perspectiva. A PNAB 2017 retrocede em relação a problemas já diagnosticados. Não interpõe barreiras à fragmentação do processo de trabalho e estimula a adoção de mecanismos que a promove. Não apresenta diretrizes que possam contrabalançar a perspectiva gerencialista que substitui tempo de aprendizagem por tempo de produtivismo.
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