27/07/2018 - 08:00 - 09:50 COC21a - Atenção básica: vivências e desafios |
26617 - REORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E DESAFIOS PARA A PRATICA DO CUIDADO INTEGRAL LUCIA CONDE DE OLIVEIRA - UECE, MÁRCIA ANDRÉIA BARROS MOURA FÉ - UECE, DANIELLY MAIA DE QUEIROZ - UECE, DELANE FELINTO PITOMBEIRA - UECE, SANDRA COSTA LIMA - UECE
Apresentação/Introdução A organização do trabalho em saúde representa um grande desafio para a integralidade do cuidado na Atenção Primária à Saúde (APS), sendo importante a implementação de ações que proporcionem condições de trabalho adequadas visando evitar a fragmentação do trabalho e facilitar a articulação e a integração das equipes na potencialização da assistência integral.
Objetivos Nesse contexto, este trabalho tem por objetivo refletir sobre as mudanças da organização do trabalho na APS em Fortaleza, apontando desafios para a prática do cuidado integral.
Metodologia O estudo é de natureza qualitativa e apresenta resultados parciais da pesquisa “Organização das redes de atenção à saúde no Ceará: desafios da universalidade do acesso e da integralidade da Atenção”, desenvolvida pelo Laboratório de Seguridade Social e Serviço Social (LASSOSS) do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará. A pesquisa foi realizada no período de julho 2015 a agosto de 2016, em duas unidades básicas de saúde, do município de Fortaleza. A produção dos dados foi feita através de observações sistemáticas, registros em diários de campo e entrevistas semiestruturadas, gravadas e transcritas com 22 profissionais (sendo 12 de nível médio e 10 de nível superior).
Resultados O perfil dos trabalhadores que participaram da pesquisa aponta uma heterogeneidade nos vínculos trabalhistas entre estatutários (trabalhadores de nível superior e ACS) e terceirizados (nível fundamental e médio), e reduzida participação em conselhos e movimentos sociais. Percebeu-se uma fragilidade das condições de trabalho, principalmente dos terceirizados, uma vez que não houve novos concursos públicos para a formação das equipes, inclusive dos NASF. Ocorreram mudanças nos processos de trabalho, com alteração no regime de carga horária, sendo 50% para a demanda espontânea e 50% para a demanda organizada, além da diminuição de ações comunitárias e de educação em saúde.
Conclusões/Considerações Diante desse cenário, pode-se refletir sobre os desdobramentos que a reorganização do trabalho na APS e a fragilização dos vínculos trabalhistas representam na produção do cuidado em saúde. O exercício da clínica ampliada, a articulação comunitária e o fortalecimento do vínculo entre trabalhador e usuário são desafios a serem enfrentados em direção à integralidade do cuidado, principalmente frente ao contexto dos avanços neoliberais.
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