28/07/2018 - 14:30 - 16:00 CO10i - Métricas, Saúde da Mulher e da Criança |
27566 - EFEITO DA COBERTURA DE ATENÇÃO BÁSICA E DOS FATORES SOCIOECONÔMICOS NO AUMENTO DA SÍFILIS EM GESTANTES ENTRE 2007 E 2016: ANÁLISE DE DADOS EM PAINEL ANGELO GIUSEPPE RONCALLI - UFRN/PPGSCOL, KENIO COSTA DE LIMA - UFRN/PPGSCOL, MARQUIONY MARQUES DOS SANTOS - UFRN/CCS, ANA KARLA BEZERRA LOPES - UFRN/PPGSCOL
Apresentação/Introdução A sífilis tem apresentado crescimento em vários países do mundo, incluindo o Brasil. Em 2017 o Ministério da Saúde lançou um projeto de resposta rápida à sífilis, iniciando as ações em 100 municípios prioritários, os quais foram escolhidos a partir dos critérios de porte (mais de 100 mil habitantes), tipo (capital/interior) e maiores prevalências de sífilis em gestantes e de sífilis congênita.
Objetivos O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da cobertura da atenção básica, ajustada por fatores socioeconômicos, sobre o crescimento da taxa de detecção de sífilis em gestantes entre 2007 e 2016.
Metodologia Estudo ecológico com os 100 municípios prioritários como unidade de análise. Dados sobre sífilis em gestantes foram obtidos do painel de indicadores do Ministério da Saúde, os dados socioeconômicos foram extraídos do IBGE/PNUD e dados relativos aos serviços foram obtidos a partir do DATASUS. A variável de desfecho foi a taxa de detecção de sífilis em gestantes e as variáveis independentes estão relacionadas à educação, renda, pobreza, desigualdade, cobertura da atenção básica e gastos em saúde. O período avaliado foi de 2007 a 2016. A técnica de análise de dados em painel com efeitos fixos foi utilizada para avaliar o efeito das variáveis sobre a tendência de aumento da sífilis em gestantes.
Resultados A análise dos resultados demonstrou que o incremento na educação (expectativa de anos de estudo) está relacionado negativamente ao crescimento da taxa de detecção de sífilis em gestantes, enquanto que a correlação é positiva para a proporção de pobres. Com relação aos serviços de saúde, o crescimento da sífilis em gestantes está associado ao crescimento da cobertura da Estratégia Saúde da Família e uma maior taxa de unidades básicas por habitante. Tais achados indicam que o crescimento da taxa de detecção de sífilis em gestantes está relacionado a fatores socioeconômicos e ocorreu a despeito do incremento na cobertura da atenção básica.
Conclusões/Considerações A avaliação dos fatores relacionados ao incremento da sífilis é de fundamental importância para o estabelecimento de estratégias para o seu enfrentamento, particularmente nos municípios prioritários. A aparente ausência de efeito da cobertura de atenção básica sobre o aumento na prevalência de sífilis aponta para a necessidade de avaliar a qualidade da atenção, não somente o seu aumento.
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