27/07/2018 - 13:10 - 14:40 CO10e - Desigualdades Espaciais |
27484 - O ESPAÇO URBANO EM AÇÃO: PERCEPÇÕES SOBRE O PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO URBANA DE ÁREAS VULNERÁVEIS EM BELO HORIZONTE-MG JULIANA FERREIRA DE OLIVEIRA - IRR/FIOCRUZ MINAS, ROSE FERRAZ CARMO - ESP-MG, DANIELLE COSTA SILVEIRA - IRR/FIOCRUZ MINAS, MARIA ANGÉLICA DE SALLES DIAS - UFMG, AMÉLIA AUGUSTA DE LIMA FRICHE - UFMG, WALESKA TEIXEIRA CAIAFFA - UFMG, ZÉLIA MARIA PROFETA DA LUZ - IRR/FIOCRUZ MINAS
Apresentação/Introdução O espaço agrega um conjunto de materialidades e vivências que conformam os modos do viver urbano. Iniciado em 2005, o Programa Vila Viva realiza intervenções urbanas integradas a uma política de desenvolvimento social com a participação da população em vilas de Belo Horizonte-MG, onde (re)configurando esses espaços, pode produzir impactos em diferentes dimensões do viver de seus moradores.
Objetivos Analisar as percepções de atores sociais envolvidos com a implantação do Programa Vila Viva (PVV) na primeira área de requalificação urbana no município de Belo Horizonte-BH, Minas Gerais, Brasil.
Metodologia O estudo foi norteado pelos referenciais teóricos da Saúde Urbana e da produção do espaço de Henri Lefebvre. Entre fevereiro e maio de 2014, entrevistas semiestruturadas foram realizadas com atores sociais envolvidos com o desenvolvimento do PVV na maior ZEIS (2005-2011) do município de BH, localizada na região centro-sul. O critério de saturação teórica dimensionou o número de entrevistas realizadas, que foram integralmente transcritas e tratadas pela Análise de Conteúdo. O estudo foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições executoras.
Resultados Foram entrevistados 11 atores sociais, sete desses tinham vínculo com a companhia urbanizadora de BH responsável pela execução do Programa. Entre os quatro restantes, um era advogado, outro vinculado a movimentos populares, uma professora e uma ex-vereadora. A análise dos discursos permitiu apreender aspectos positivos do PVV como melhoria da salubridade do ambiente; endereçamento dos domicílios e redução da morbidade de doenças de veiculação hídrica; mas também lacunas como a predominância do enfoque físico urbanístico das obras; falta de fiscalização e manutenção das obras após a conclusão; fragilidade da participação popular e processos complexos de remoção de moradores.
Conclusões/Considerações Embora observadas fragilidades, as intervenções do PVV na ZEIS possuem potencial para produzir impactos benéficos, pois, as intervenções atuaram sobre variáveis condicionantes da saúde, como saneamento, arruamento e habitação, que se encontravam em estado de precariedade e contribuíam para a manutenção de iniquidades. Estudos por métodos mistos (quali-quanti) com os residentes dos territórios do PVV está em andamento para elucidar tais questões.
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